CRÉDITO: Mantega critica bancos e cobra redução do spread
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No mesmo dia em que o Banco Central divulgou dados mostrando queda nas concessões de crédito e o aumento da inadimplência em janeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou os bancos por continuarem restringindo a oferta de recursos e cobrou maior redução das taxas de juros cobradas nos empréstimos. Para o ministro, os juros bancários podem cair mais. ''Os bancos estão emprestando de menos para o meu gosto. Eles deveriam estar emprestando mais e baixando mais as taxas de juros que estão aí'', disse.
Inadimplência - Mantega minimizou a elevação da inadimplência nos empréstimos bancários, classificando a alta de ''normal'' nesse período do ano em que se concentram muitos vencimentos de tributos, como IPVA e IPTU. ''Eu não vi uma inadimplência superalta. Eu vi uma pequena elevação da inadimplência. Isso não significa nenhuma deterioração importante da economia brasileira'', ponderou.
Aumento de provisões - As críticas do ministro foram feitas também num momento em que os maiores bancos anunciaram aumento de provisões para cobrir eventuais calotes. Os bancos alegam que o risco de inadimplência é a principal razão para os spreads não caírem. Em contraponto, o ministro disse que os bancos fazem previsões pessimistas de inadimplência, que levam à cobrança de spreads mais elevados. Ao final, alfinetou, a inadimplência acaba sendo menor que a prevista: ''Mas aí eles já cobraram um spread mais elevado por conta dessas previsões.''
Cenário internacional - Mantega desqualificou previsões pessimistas que tem sido feitas para a economia brasileira este ano. Para ela, elas refletem mais o cenário internacional. Ao comentar a nova estimativa da empresa de consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), de uma queda de 0,5% do PIB do Brasil neste ano, disse que continua acreditando que o País terá um crescimento positivo. Ele evitou fazer previsões para o índice de crescimento da economia brasileira, mas disse que o governo não mudou a meta de fazer a economia crescer 4%.
Ministro não acredita em PIB negativo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (26/02) que não acredita nas previsões pessimistas de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 por causa do impacto da crise financeira internacional. Mantega fez a declaração em entrevista na portaria do Ministério da Fazenda, quando comentou previsão da empresa de consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) de uma queda de 0,5% do PIB do Brasil para este ano. O ministro afirmou que continua acreditando que o País terá um crescimento positivo em 2009.
Previsões - Ele evitou, porém, fazer previsões para o índice de crescimento da economia brasileira. ‘‘Vamos deixar o ano avançar um pouco, estamos no primeiro trimestre'', disse. Questionado se não teria mudado de posição, já que, em outras ocasiões, sempre se mostrou confiante ao apresentar a estimativa de crescimento de 4% para 2009, respondeu, rápido: Eu tenho repetido várias vezes que crescimento de 4% não é mera previsão de economista, é uma meta a ser alcançada a partir de um trabalho do governo.''
Outros fatores - Mantega admitiu, no entanto, que um crescimento de 4% depende de outros condicionantes, como as medidas do governo dos Estados Unidos contra a crise. ‘‘Estamos esperando que os americanos consigam dar uma solução para a crise financeira, que até agora não teve uma solução, e o encaminhamento dos problemas que eles criaram.' O ministro da Fazenda avaliou que as previsões pessimistas para a economia brasileira refletem mais o cenário internacional, que indicam queda do PIB nos Estados Unidos e na Europa. Na avaliação de Mantega, a situação da economia brasileira é bem melhor do que a deles. Segundo ele, há setores no Brasil que sequer desaqueceram e outros que tiveram redução muito pequena. (Agência Estado)