CRISE AGRÍCOLA I: Campo dá seu \"Grito do Ipiranga\" nesta terça-feira (16)
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Em dezenas de cidades do Paraná agricultores se mobilizam nesta terça-feira (16/05) para uma grande manifestação exigindo mudanças nas políticas agrícola e cambial, além de alongamento das dívidas de forma a criar condições de sobrevivência aos produtores rurais. O "Grito do Ipiranga", como está sendo chamado este protesto nacional, tem por objetivo demonstrar à população as dificuldades que agronegócio atravessa. A mobilização, que atinge ainda outros estados agrícolas como o Mato Grosso e Goiás, tem como meta pressionar o governo federal a intervir na crise da agricultura.
Lideranças em Brasília - Os presidentes do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, e da Faep, Ágide Meneguette e o vice-governador, Olrando Pessuti, estarão em Brasília nesta terça-feira (16/05) para acompanhar, junto com dezenas de lideranças de diversos Estados, a mobilização de uma dezena de governadores que estarão no Congresso para reivindicar solução à crise agrícola que afeta diretamente a economia dos Estados produtores de alimentos. As lideranças alegam que as medidas anunciadas até agora são tímidas e apenas protelam os problemas, que são estruturais.
Portas fechadas - A mobilização está sendo liderada por organizações regionais de produtores com apoio dos sindicatos rurais e cooperativas. Estima-se que haverá pelo menos 100 pontos de concentração de agricultores no Paraná nesta terça-feira, com o fechamento do comércio e das cooperativas. Os agricultores prometem fechar rodovias e ferrovias para demonstrar seu descontentamento com as dificuldades que o setor atravessa. “Os produtores estão angustiados e querem demonstrar o seu descontentamento pela falta de sensibilidade do Governo Federal em resolver a grave crise pela qual atravessa a agropecuária e chamar a atenção da sociedade para a situação de desespero do campo”, frisou o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski.
Bloqueios parciais – Lideranças prometem fazer bloqueios parciais nas saídas das cidades e entroncamentos rodoviários, ocasião em que será distribuído manifesto sobre a gravidade da crise agrícola. O trânsito será interditado de forma intercalada, por curtos períodos de tempo (uma hora de bloqueio por uma hora de liberação), de forma a não prejudicar a população. As manifestações serão organizadas de forma a ter o apoio dos prefeitos, câmaras de vereadores, cooperativas e associações comerciais, entre outras entidades da sociedade civil organizada. A orientação é para que as cooperativas e sindicatos rurais alertem os produtores de frango, leite, hortigranjeiros e outros produtos altamente perecíveis para que programem o transporte de forma a não serem prejudicados pelas barreiras no dia do protesto.