CRISE FINANCEIRA I: Cooperativas agropecuárias se reúnem com ministro da Agricultura

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Líderes e representantes de cooperativas agropecuárias se reuniram ontem (11.11) com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, para tratar dos impactos da crise financeira internacional no agronegócio e apresentar sugestões do setor para mitigar os efeitos gerados por esse momento de turbulências, além das ações já adotadas pelo governo federal. A audiência aconteceu na sede do ministério, na tarde da terça-feira, em Brasília (DF). Entre o grupo de aproximadamente 30 cooperativistas, representando diversos setores agropecuários, estavam o presidente e o vice-presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas e Ronaldo Scucato, respectivamente, e o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski.

Reconhecimento - O presidente da OCB destacou as medidas já tomadas pelo ministro, que vêm dando fôlego à agricultura brasileira, nomeando-o "padrinho da agricultura". Disse que ele é a ponte entre a agricultura e os demais líderes do governo federal. Freitas contou ainda que durante o encontro, os cooperativistas entregaram ao ministro um documento, chamado de Agenda Positiva do Cooperativismo Agropecuário, contendo propostas que podem amenizar os efeitos da crise no agronegócio. A agenda positiva é composta de medidas reunidas em três blocos: conjunturais, estruturantes e setoriais, sendo este último composto por medidas específicas para cada produto agropecuário.

Ministro mostrou-se receptivo às propostas - Já o presidente da Ocepar contou que o ministro Reinhold Stephanes foi bastante receptivo no encontro de ontem. "Ele achou que a pauta apresentada está bem focada e garantiu que vai empenhar-se para atender os pleitos. Vamos, agora, aguardar as soluções", frisa.

Pontos prioritários - De acordo com Koslovski, durante o encontro  os cooperativistas listaram, inicialmente, seis pontos prioritários e que visam ampliar a oferta de recursos para custeio e comercialização, diminuir o risco sobre os empréstimos concedidos através de garantia de renda e fazer com que os agentes financeiros sintam confiança no setor produtivo para operacionalizar as linhas de financiamento, e, por conseqüência, reduzam as atuais restrições de acesso a crédito. Os cooperativistas consideram fundamental, por exemplo, a reavaliação e liberação das garantias excedentes para utilização em novas operações de crédito, especialmente garantias proporcionais ao montante já liquidado de dívidas antigas, como Pesa, Recoop e Securitização; e a alocação de recursos  para financiamento de capital de giro  às cooperativas. Também foi destacado a necessidade de adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), comercialização e custeio da safra 2008/09 e a correção dos preços mínimos. Além disso, a formalização do Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro); o direcionamento de recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) às cooperativas agropecuárias e de crédito e a agilização na liberação dos créditos tributários junto ao governo também estavam na lista de prioridades.   

Recursos de financiamento - Quanto à alocação de recursos de financiamento, foram citados, por exemplo, o estabelecimento de novas operações, com prazos e custos compatíveis, quanto a capital de giro e ampliação de volume e prazo para linhas de ACC. Na audiência, foram tratadas também comercialização, necessidade de se agilizar a formalização das operações e desvinculá-las de prorrogações, além de garantir a chegada dos recursos à ponta. Quanto ao custeio da safra 2008/09, o setor cooperativista pede a garantia de recursos suficientes, em virtude da falta provocada pela saída de traders e outros fornecedores do mercado.

Preços mínimos - Em relação aos preços mínimos, os cooperativistas lembraram que os atuais preços não cobrem os custos operacionais de produção. Outro problema é que o início da vigência dos preços mínimos da safra 2008/09, estipulada pelo PAP - Plano Agrícola e Pecuário 2008/09, ocorrerá a partir de janeiro de 2009, o que significa que para os produtores que estão comercializando a safra neste momento, os preços mínimos em vigência, são os da safra 2007/08.  Portanto, além da necessidade de correção dos preços mínimos, faz-se necessária a sua antecipação para início de novembro de 2008. (Com informações OCB)

Conteúdos Relacionados