CRISE NO CAMPO I: Mobilização leva 10 mil à praça de Campo Mourão
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Centenas de tratores e caminhões abraçaram a praça central de Campo Mourão na tarde de ontem (16/05). Eles serviram de pano de fundo para uma das maiores mobilizações da história da região, que reuniu 10 mil pessoas em um gesto de apoio ao manifesto dos agricultores em torno por uma política estrutural consistente e medidas emergenciais para o setor rural. O comércio e a indústria da cidade fecharam as portas, das 14h00 às 16h00, para acompanhar a mobilização dos agricultores, coordenada pelo Sindicato Patronal Rural, com apoio das cooperativas e entidades de classe. Todas as unidades da Coamo também se solidarizaram ao movimento. Nos municípios da região os produtores rurais também protestaram. Em Engenheiro Beltrão e Peabiru eles impediram o trânsito nas rodovias PR-158 e 317.
Cobrança - O presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, Nelson Teodoro de Oliveira, cobrou sensibilidade do governo federal para a resolução definitiva da situação vivida pelos agricultores, que tiveram prejuízos em seis safras seguidas, três de verão e três de inverno. "Precisamos preservar o campo, que é quem planta alimentos para esse país. Do jeito que está não dá mais para ficar. Estamos pagando para produzir", desabafa, afirmando que os produtores rurais não querem violência e sim trabalhar e produzir com dignidade. O presidente da Coamo, Aroldo Gallassini, disse que além das frustrações de safra em razão do clima, e das dificuldades com a gripe aviária e a febre aftosa, o campo perdeu muito com a atual política cambial do governo federal. "Plantamos a última safra com o dólar a R$ 2,60 e estamos vendendo a produção com o dólar a R$ 2,05", contabilizou. O presidente da Coamo falou, ainda, para as prorrogações de custeio. "O governo precisa olhar não só para os bancos, mas também para as cooperativas que financiaram os seus produtores a prazo safra", salientou.
Saída rápida - Aroldo acredita numa saída rápida para a crise. "Penso que um pacote de medidas deva ser anunciado logo. Até porque o campo não pode esperar mais", finalizou. Ao final da concentração dos agricultores na praça central de Campo Mourão, lideranças do movimento indicavam que o protesto iria continuar no trevo da entrada da cidade que dá acesso à Guarapuava e Cascavel. A informação não foi confirmada pela coordenação da mobilização, denominada Grito do Ipiranga. Entre as lideranças presentes à mobilização estiveram o deputado federal Cezar Silvestri; o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão (Acicam), Nestor Bisi; o prefeito de Campo Mourão, Nelson Turek; o ex-prefeito de Campo Mourão, Rubens Bueno; além de prefeitos e vereadores de diversos municípios da região. (Assessoria de Imprensa Coamo)