CRISE NO CAMPO II: Ocepar alerta ministro de que medidas não são suficientes

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Durante almoço realizado na sede da Ocepar, nesta segunda-feira (22/05), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo recebeu do presidente da entidade, João Paulo Koslovski, um documento que alerta ao governo de a crise vivida pelo setor é grave e de que as medidas anunciadas até o momento atendem em partes as necessidades, mas não resolvem o problema principal que é o endividamento do setor.  Segundo Koslovski, “a crise na agropecuária brasileira afetou a capacidade de pagamento dos produtores rurais e de suas cooperativas junto aos agentes econômicos e financeiros. As dívidas de custeio da safra 2005/06, a parcela de financiamento de custeio da safra 2004/2005 renegociada e que venceu ou irá vencer em 2006, as parcelas das dívidas do Pesa, Securitização e do Recoop, vencidas ou vincendas em 2006, a parcela do FAT Giro Rural que vence neste ano e as dívidas junto aos fornecedores de insumos não poderão ser pagas por absoluta falta de rentabilidade da agricultura. A prorrogação concedida pelo governo, até o momento, não é suficiente”, frisa o documento entregue ao ministro.

Crise e soluções - Paulo Bernardo falou que tem acompanhado de perto a questão da crise da agricultura e que não mede esforço para sejam apresentadas soluções urgentes. Ele adiantou que no próximo dia 25/05, o governo deverá anunciar um pacote com medidas estruturantes para a agricultura as emergenciais. O ministro também disse que tem conversando muito com a Ocepar e que na semana passada, durante reunião na sede do BNDES, debateu o assunto com João Paulo e diversos dirigentes de cooperativas. Ele afirma que está plenamente de acordo com a prorrogação de algumas dívidas. “Acredito que isto é perfeitamente possível e o governo tem que ter a sensibilidade para atender, além disso, precisamos analisar caso a caso”. O ministro disse que atuação da Ocepar tem sido extremamente positiva ao apresentar soluções, como aconteceu na reunião no BNDES quando foi apresentada uma série de investimentos que o setor pretende realizar. “Criar condições para que o setor não deixe de investir, se industrialize mais, verticalize a produção, agregue valor, pois na hora que a crise começar a passar, o cooperativismo com certeza dará um salto fantástico. Por isso estou apoiando este projeto das cooperativas junto ao banco”, informou.

Câmbio – Paulo Bernardo atribui a repentina alta do dólar no mercado brasileiro neste final de semana, ao anúncio do aumento dos juros americanos em 5% a.a. Ele ressalta que isto fará com que os recursos que viriam para cá e para países emergentes sejam redirecionados para lá (Estados Unidos). Já para a agricultura esta reação é bem vinda “soa como música”, brincou o ministro durante o almoço com dirigentes cooperativistas. Ele acredita que o próprio governo deva ganhar com esta alta, afinal, “estamos com reservas  que chegam a US$ 60 bilhões”, lembrou.

Fecoopar – O objetivo principal do encontro do ministro Paulo Bernardo com a diretoria da Ocepar foi para a entrega do Registro Sindical da Fecoopar – Federação das Cooperativas do Estado do Paraná. Mas pelo fato do registro não ter ficado pronto a tempo, Paulo Bernardo entregou uma cópia da publicação do Diário Oficial da União do dia 27 de abril que autoriza o funcionamento da entidade. O presidente da Ocepar, ressaltou que a constituição da Fecoopar e seu reconhecimento oficial era uma antigo anseio do sistema e que agora, “com o importante apoio do ministro estamos realizando”, frisou.

Presenças – Além dos membros da diretoria da Ocepar, também participaram do almoço com o ministro Paulo Bernardo, os presidentes das Faep, Ágide Meneguette, da ACP, Cláudio Slaviero, da Fecomércio, Darci Piana, superintendente do Banco do Brasil, Danilo Angst e do deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Moacir Micheletto.  

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