CRISE NO CAMPO II: Presidente da Ocepar avalia medidas para o agronegócio
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Nesta rápida entrevista concedida ao Informe Paraná Cooperativo, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, que durante esta semana esteve em Brasília, representando a OCB, no Grupo de Trabalho que discutiu sobre as novas medidas para o setor do agronegócio, entende de que houveram avanços mas que outras ações precisam acontecer para que o setor possa voltar a produzir com tranqüilidade. Veja a seguir a entrevista:
Paraná Cooperativo - Presidente João Paulo, qual a avaliação que o senhor faz do trabalho deste grupo que esteve em Brasília nesta semana, reunido para discutir as medidas emergenciais?
João Paulo Koslovski - Olha, nós tivemos avanços em vários aspectos. Evidentemente não conseguimos resolver tudo, mas no que tange por exemplo à prorrogação dos financiamentos de custeio algumas culturas foram ampliadas e isso é importante porque vai permitir que automaticamente o produtor possa alongar suas dívidas dentro de um perfil passando de 4 para 5 anos e um ano e meio no mínimo de carência. Tínhamos um ano anteriormente e agora temos um ano e meio e isso vai melhorar muito para o produtor. Independente do percentual de alongamento automático o produtor poderá se valer do manual de crédito rural para em comprovando que houve uma quebra superior a esse percentual alongar a diferença junto ao agente financeiro.
Paraná Cooperativo - Outro ponto importante é a questão dos recursos do FAT Giro Rural?
João Paulo Koslovski - O governo ampliou as linhas, também reduziu os encargos financeiros e aumentou o prazo de quatro para cinco anos e o mais importante: dois anos de carência. Isso vai possibilitar que o produtor tenha uma tranqüilidade maior para planejar sua atividade e com isso prevê esse pagamento após dois anos porque é um prazo melhor do que o que nós tínhamos. Então em relação ao FAT Giro está havendo uma flexibilização para que o produtor tenha acesso direto a essa linha junto ao agente financeiro, junto aos fornecedores, cooperativas e também àqueles títulos tipo CPR que o produtor tinha feito e agora poderá alongar através dessa operação. Mas consideramos como o fato mais importante a possibilidade da liberação das garantias que estavam no Tesouro nacional. Elas serão liberadas proporcionalmente a aquilo que já foi pago. Então se o produtor pagou 30%, 40% ou 50% do valor, esses percentuais serão utilizados para liberar automaticamente as garantias dando uma condição melhor para novas operações junto aos agentes financeiros, já que isso era uma limitação.
Paraná Cooperativo – Quais serão os próximos passos do Grupo de Trabalho?
João Paulo Koslovski - O importante é dizer que tivemos avanços, evidentemente não se atendeu tudo, mas vamos continuar trabalhando em cima das medidas estruturantes e dentre eles queremos destacar a questão da necessidade de captação de recursos externos para que a agricultura tenha mais dinheiro para tocar sua atividade, o segundo aspecto é a questão de viabilizar os genéricos,q eu seria a compra de insumos dentro do Mercosul e também a renda mínima para o agricultor envolvendo a questão do seguro rural e a política de preço mínimo. E o quarto ponto é a desoneração tributária de insumos, produtos e serviços. Entendemos que podemos avançar nesses aspectos e principalmente em relação à retirada de custos do setor e a alocação de mais recursos para a agricultura.
Paraná Cooperativo - Já está agendada uma reunião para a próxima terça-feira, dia 20 de junho?
João Paulo Koslovski - Sim, vamos fazer uma avaliação das medidas e também deveremos fazer uma discussão em relação às medidas estruturantes, para que a gente dê continuidade na discussão desse processo.
Paraná Cooperativo - E esse contato hoje com o ministro Paulo Bernardo?
João Paulo Koslovski – Falamos sobre diversos assuntos entre eles as medidas para o setor. Informamos que ainda essas medidas não atendem totalmente o setor produtivo e que precisamos aperfeiçoá-las. O ministro nos falou que haverá sempre espaço junto ao governo para que possamos dar continuidade às discussões. O ministro vai conversar com o Ministério da Fazenda no sentido de que o programa de captação de recursos externos para serem alocados à agricultura, proposta que foi feita pela Ocepar no sentido de podermos captar em torno de 15 bilhões de dólares lá fora, está sendo discutida e que ele está dando prioridade para que possamos discutir esse programa e buscar junto ao Banco Central os normativos que possibilitem essa captação e com isso teremos uma injeção maior de recursos para dar maior tranqüilidade para financiar o setor produtivo primário.