CRISE NO CAMPO II: Rodrigues diz que reivindicações dos agricultores são impraticáveis

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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, sinalizou ontem (09/05) que dificilmente defenderá, dentro do governo, as medidas pedidas por produtores rurais do Mato Grosso para minimizar a crise do setor agropecuário. "O que eles pediram é impraticável. Conversem com eles", desabafou Rodrigues, bastante irritado, depois de se reunir com representantes dos produtores daquele Estado. Nova reunião foi marcada para sexta-feira (12/05). Em 21 de abril, os produtores do Estado iniciaram uma série de protestos para chamar a atenção do governo para a crise do agronegócio. Na reunião de ontem eles entregaram ao ministro uma extensa pauta de reivindicações, entre elas a de uma política cambial diferenciada para o setor.

Solicitação - Entre os pedidos está uma trégua de 180 dias com todos os credores, sejam empresas ou instituições financeiras dos setores privado e público. "Nesse período precisamos do apoio do governo para um plano de refinanciamento dos débitos. Solicitamos que nesse período nenhum produtor seja incluído no sistema de crédito. Essa medida é emergencial, devido à total falta de liquidez do setor rural", disseram os produtores. Eles também pediram que o governo subsidie o preço do frete para a atividade agrícola, afirmou a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que participou do encontro. "Isso é o que eles estão pedindo", disse Serys. Segundo os produtores, somente com o frete o setor gasta 50% da produção. "Com o fim da subvenção do diesel, em 2001, o item passou a ser um dos mais caros do mundo e principal responsável pelo aumento do custo de produção", diz o documento.

Declaração -   Os produtores também querem a sustentação dos preços de seus produtos e o cumprimento da lei que garante preços mínimos. Outros pedidos são para investimento em infra-estrutura e câmbio fixo para exportação de produtos agropecuários. Alertado por sua assessoria sobre o tom negativo de sua declaração, Rodrigues, que no primeiro encontro com os jornalistas disse que estava com pressa, voltou para um dos auditórios do ministério para esclarecer a situação. Aparentemente mais calmo, ele disse que as reivindicações dos produtores rurais são conhecidas e ele vem negociando com o governo medidas de apoio ao setor. Ele classificou de "legítima" a manifestação dos produtores, pois tentam continuar na atividade.  (O Estado de S. Paulo).

 

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