CRISE NO CAMPO III: Para Max Rosenmann, protestos são grito de socorro
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Os protestos contra as políticas agrícola e cambial que tomaram conta do País nos últimos dias são um grito de socorro dos agricultores brasileiros contra o descaso do governo federal, que provocou uma das maiores crises da história no agronegócio do Brasil. A avaliação é do deputado federal Max Rosenmann (PMDB), que desde o final do ano passado vem alertando para o agravamento da crise provocada pelas perdas resultantes de dois anos seguidos de seca, o acúmulo de dívidas, os altos juros, preços de venda dos produtos abaixo do custo de produção e a sobrevalorização do câmbio. “Conforme nós já manifestamos no Congresso, uma simples renegociação das dívidas atuais não resolve, pois a maioria dos produtores ainda está comprometida com o pagamento de dívidas renegociadas da safra anterior, quando também houve perdas por causa da estiagem”, explica Max, que defende a adoção de subsídios diretos à agricultura, a compra de estoques e a revisão da política de juros e de câmbio, para a superação dessa crise.
Necessidade de intervenção - Segundo Max, para este e os próximos dois anos o produtor estará carregando, entre os seus compromissos, as dívidas normais da safra atual acumuladas com as dívidas renegociadas. Como a sua renda será menor que em 2005, não haverá margem para honrar com os compromissos e muito menos para manter a produção. “Não se trata mais de apenas renegociar as dívidas dos produtores rurais, mas de intervir diretamente, com aporte de recursos, capaz de evitar uma quebradeira geral, com o conseqüente abandono de milhares de famílias do campo, em uma reforma agrária ao contrário que vai engrossar as periferias das grandes cidades e agravar ainda mais os problemas sociais e a violência nos grandes centros urbanos”, observa o parlamentar. O deputado defende a suspensão das ações judiciais de cobrança contra produtores e o envio para lista de inadimplentes, enquanto o governo não tomar medidas para resolver essa situação. “O Brasil precisa olhar a agropecuária com um viés social e estratégico, e não apenas com um pensamento financista e monetarista que domina a equipe econômica do governo federal. Nesse momento, não há como fugir de uma intervenção direta do Estado”.