DOENÇAS: Aumento de plantas daninhas no Paraná pode afetar a soja

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Há quatro anos, a ocorrência de buva no oeste do Paraná, uma das 40 principais espécies de plantas daninhas que infestam a soja, está preocupando pesquisadores, técnicos e produtores. Apesar do início de safra estar bom no Paraná, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, chamam a atenção sobre a crescente presença da buva no Estado, no Sistema de Alerta da Embrapa (www.cnpso.embrapa.br/alerta).

Auto-análise - A buva é uma espécie que se desenvolve em beiras de estradas e áreas não agriculturáveis e se espalha com facilidade, por intermédio de sementes carregadas pelo vento. Para o pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja, não existe uma única causa para a problemática atual.  "Por isso, cada proprietário com problema deve fazer uma auto-análise e um diagnóstico de como vem usando sua área para tomar as medidas necessárias", alerta  Adegas.

Manejo deve ser avaliado - Segundo ele, é importante avaliar o manejo do sistema de produção, principalmente como é feito o controle químico, se a aplicação de herbicidas não foi feita com a planta muito grande e de difícil controle, se a dosagem não foi abaixo da recomendada, se a pulverização não ocorreu em condições climáticas desfavoráveis, ou ainda se o problema é a resistência da buva aos herbicidas utilizados.

Medidas têm que ser imediatas - De acordo com o pesquisador Dionísio Gazziero, da Embrapa Soja, a ocupação da área com culturas de safrinha ou de cobertura, associadas ao manejo químico em plantas no início de desenvolvimento ajudam a resolver o problema. "Quando não são tomadas medidas de controle imediatas a situação pode se complicar, na safra de soja. E o pior, no meio das espécies suscetíveis apareceram as plantas resistentes. Além disso, as plantas suscetíveis não são bem controladas quando ficam adultas", alerta Gazziero.

Gastos - Para os pesquisadores, as plantas daninhas são responsáveis por grandes reduções nos rendimentos agrícolas e seu controle representa um dos fatores que mais ampliam os custos de produção. No caso da soja, para controlar essas invasoras são gastos de 15 a 25% do total investido na produção. Para Gazziero, o agricultor deve evitar que estas espécies disseminem suas sementes,  porque as plantas invasoras além de competir com a soja por luz, água e nutrientes, dificultam a colheita e prejudicam a qualidade do grão. Conseqüentemente, afetam a produtividade", diz.

 

Multiplicação deve ser evitada - Por isso, é muito importante evitar a multiplicação da buva, por meio de controle químico, controle cultural ou mesmo de capina manual, o que previne problemas futuros maiores. "Diante da situação atual, o que resta a ser feito é a capina manual dessa invasora nas lavouras infestadas", diz Adegas. (Embrapa Soja)

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