ECONOMIA: Preços devem começar a refletir a alta do dólar

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A valorização do dólar frente ao real deve atingir diretamente o bolso do consumidor. Os primeiros produtos a mudarem de preços serão os importados eletroeletrônicos, conforme matéria já veiculada pelo Jornal do Estado na edição de sábado, e, por fim, aqueles produtos veiculados às chamadas commodities agrícolas, como trigo, óleo de soja, etc. Ainda que os especialistas afirmem que tais ajustes de preços, se ocorrerem, devem chegar às prateleiras apenas no próximo ano, ou seja, quando houver passado um ciclo produtivo - uma safra -, os preços da farinha de trigo poderão ficar mais caros nos próximos dias.

Importações - A previsão é da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). O presidente  Sergio Amaral, explica que alta do dólar e a menor oferta de crédito para financiar as importações do grão podem elevar os preços no curto prazo, mas a tendência é de que depois recuem, já que as cotações do cereal estão em queda no mercado mundial. O economista Gilmar M. Lourenço, Coordenador do Curso de Ciências Econômicas e da Revista "Vitrine da Conjuntura" da FAE Business School, credita as oscilações dos preços atuais  das commodities à retirada de dinheiro dos fundos agrícolas para cobrir perdas. "Além disso, hoje quando falamos de commodities agrícolas no Brasil estamos falando do agronegócio como um todo e que nos últimos anos avançou muito no aspectos de competitividade", pondera.

Exemplo - Para exemplificar, Lourenço cita o fato de que em 1999, quando o governo adotou o sistema flutuante de câmbio, deixando o fixo. "Na época, o atacado contabilizou uma inflação de 30%, contra 9% do varejo", diz. "O que mostra que o mercado está altamente competitivo e não aceita repasses de preços", afirma. Robson Mafioletti, analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), concorda com Lourenço e também aposta em uma acomodação futura dos preços. "Pode ser que no começo ocorra um aumento de preços, mas a tendência é de que eles retornem aos patamares anteriores", afirma.

Importados - As vendas de produtos importados de atacadistas para os supermercados suspensas desde a última quarta-feira por conta da alta do dólar devem ficar até 15 % mais caras ainda neste ano.

Volatilidade - Com a grande volatilidade do câmbio, as empresas não estão conseguindo estabelecer preços para produtos importados. A expectativa das redes de supermercados é que as negociações voltem a ocorrer a partir de hoje. "Acreditamos que o dólar não ficará mais na faixa entre R$ 1,55 e R$ 1,60. Se ficar na faixa entre R$ 1,80 e R$ 2,00, os preços não podem subir mais do que 15%", afirma Sussumo Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercadistas (Abras). (Com informações do Jornal do Estado)

Conteúdos Relacionados