ECOOPEAGRI: Parceria leva conhecimento e tecnologias ao campo
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“A cooperativa é a saída que o pequeno produtor achou para o mercado”. Essa afirmação do associado da cooperativa escola do colégio agrícola de Foz do Iguaçu, Camilo Almeida, mostra o sonho da maioria dos 567 participantes do VI Ecoopeagri – Encontro Estadual das Cooperativas Escola, realizado na sexta-feira e sábado (10 e 11/08), no Centro de Capacitação de Faxinal do Céu, município de Pinhão. Promovido pelo Sistema Ocepar e com apoio da Secretaria de Estado da Educação, o encontro foi considerado um sucesso não só pelos organizadores, mas principalmente pelos alunos. Os participantes são, em sua maioria, filhos e filhas de pequenos produtores que buscam, através da adoção de tecnologias agropecuárias e do cooperativismo, uma alternativa de sustentação econômica permanecendo na propriedade agrícola ou como profissionais.
Profissionalização – Aberto pelo superintendente adjunto da Ocepar Nelson Costa e pela professora Cândida Carvalho Junqueira, representante do Departamento Profissional da Secretaria da Educação, o VI Ecoopeagri teve por objetivo transmitir aos participantes noções de cooperativismo e repassar conhecimentos sobre temas atuais do agronegócio, setor onde atuarão depois de formados. “Desejamos que vocês, como profissionais empreendedores e formadores de opinião que serão, adotem a idéia da cooperação em suas comunidades e em seus trabalhos”, enfatizou Nelson Costa, em seu pronunciamento durante a abertura do evento. A professora Cândida, por sua vez, afirmou que a parceria do Estado na realização do Ecoopeagri é um reconhecimento “da importância da agricultura familiar, do agricultor, dando qualidade na educação e na profissionalização a esses alunos”. Disse ainda que na opção de permanecerem na sua propriedade, possam obter renda e lazer suprindo todas “as questões básica de um ser humano digno, sem a necessidade de fugirem para os grandes centros”.
Expectativa dos alunos – O Ecoopeagri é considerado o maior evento externo do qual alunos dos colégios agrícola e do colégio florestal de Irati podem participar. Por isso, cada colégio adota alguns critérios para a seleção dos participantes. O primeiro é o rodízio, o segundo é a participação da diretoria da cooperativa, se existe no colégio, e por último, o desempenho escolar mostrado através de boas notas. É uma forma de incentivo. O alunos da cooperativa escola da Foz do Iguaçu, Odirlei Junges Lang, filho de agricultor brasileiro que mora em Santa Rita, no Paraguai, diz que o encontro “é uma expectativa muito grande para aprender e levar para o colégio e para a vida da gente”. Laura da Silva Luchini, do Centro Estadual de Ensino Profissionalizante da Lapa, acha fundamental a cooperativa “tanto para crescimento da cidade como para a gente. Estamos aqui para ver, para montar uma cooperativa no colégio”. Sua colega Oseliana Wojcik, filha de agricultor de Contenda, quer aprender para continuar na atividade agrícola. “A cooperativa é importante para todo mundo, especialmente parta os produtores rurais”, afirma.
Novas experiências - Embora os colégios agrícolas o florestal já contem com apoio da Secretaria da Agricultura, Iapar, Tecpar, Embrapa e outras instituições de ensino e pesquisa para o repasse de conhecimentos atuais, o Ecoopeagri oferece algumas palestras que não podem ser proferidas em cada um dos colégios. Na sexta-feira os participantes participaram, através de oficinas de trabalho, de palestras sobre aquecimento global, sociobiodiversidade, fontes alternativas de energia, seqüestro de carbono, homeopatia vegetal, e abate humanitário. E conheceram detalhes da legislação relacionada com a produção de sementes. O cooperativismo e associativismo foi tema de uma das seis oficinas de trabalho.
SEED investe nos colégios – A professora Cândida Carvalho Junqueira, que participa pelo quarto ano da organização do Ecoopeagri, afirmou que a parceira da SEED e Ocepar no ensino do cooperativismo nos colégios e na realização do evento está trazendo resultados positivos. “Temos retorno de alunos egressos hoje atuantes em associações, sindicatos, e tomo como referência o início nesses eventos, que são esclarecedores, trazem a questão tecnológica, levam aos alunos a informação e toda a tecnologia de ponta, que vão poder desenvolver na sua prática após a complementação do curso de técnico agrícola”. Enfatizou o apoio do secretário Maurício Requião para que o encontro fosse realizado novamente com apoio da Secretaria de Estado da Educação. Cândida também informou que está sendo licitada a construção de alojamentos novos em todos os colégios agrícolas e florestal. “Entendemos que os alunos devem ficar bem acomodados, em condições básicas de higiene, conforto e estadia”, frisou. Os novos alojamentos devem receber os alunos já durante o período letivo de 2009. Cada colégio terá dois alojamentos masculinos e um feminino, para atender o crescente interesse das mulheres em freqüentar cursos profissionalizantes ligados à agropecuária e florestas.