Embrapa inicia modernização em 2006
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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), maior empresa do gênero na América Latina, inicia em janeiro a primeira etapa da mais abrangente reestruturação da história da estatal, criada pela ditadura militar em 23 de abril de 1973. Ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) aderiram 1,7 mil funcionários, mil da área de suporte e 700 ligados à pesquisa. Foram 100 adesões além da expectativa. Todos deixarão a empresa ao longo dos próximos quatro anos. A empresa tem hoje 8.619 servidores - 2.210, pesquisadores. Nos primeiros dias de 2006 saem 180 servidores. Ao mesmo tempo, a Embrapa fará concursos públicos para o ingresso de novos pesquisadores e pessoal de apoio. No primeiro semestre, a direção da Embrapa pretende lançar o edital para o concurso e iniciar a contratação de 200 funcionários.
Quadros - Com a remodelação, a empresa pretende rejuvenescer o quadro de funcionários e atrair cientistas para novas áreas de pesquisa, entre as quais agroenergia e biotecnologia, além de reforçar setores como sanidade animal e vegetal, área que mostrou-se bastante precária em 2005. A própria Embrapa admite estar defasada em setores importantes da ciência e os novos concursos públicos são uma tentativa de combater o problema. Os ministérios da Fazenda e Planejamento aceitaram criar o PDI, com o incentivo de 0,6 salário por ano de trabalho como benefício para o desligamento, somente dado a quem tiver 18 anos de casa e mais de 55 anos de idade. Uma parte importante do quadro da Embrapa tem idade para aposentadoria, mas estes funcionários temem queda de renda ao deixarem a empresa - daí a necessidade do incentivo.
Remuneração - Hoje, segundo a empresa, 7% dos pesquisadores saem anualmente atrás de melhor remuneração. A proposta prevê a elevação do piso salarial de mestres de R$ 3 mil para R$ 4,5 mil e de doutores de R$ 3,7 mil para R$ 5,5 mil. Em ambos os casos, estão embutidos benefícios adicionais pela titularidade. A revisão dos salários viria associada a outra importante alteração da carreira. Hoje, na Embrapa, os pesquisadores alcançam o topo da carreira apenas depois de 40 anos de serviço, com remuneração de R$ 8 mil. Pelo plano, o pesquisador alcançaria o topo da carreira entre 28 e 30 anos, com remuneração, em valor presente, de R$ 13 mil. A estatal negocia ainda um benefício para pesquisadores que se destacarem: um bônus de 40% sobre o salário. O pacote, porém, causa despesa adicional de 12,5% na folha de pagamento da empresa. O custo anual seria de R$ 85 milhões, que somados aos atuais R$ 680 milhões, elevaria a folha para R$ 765 milhões em valores atualizados. (Agência Estado)