ENCONTRO DE NÚCLEOS: Cooperativistas se reúnem para analisar a gestão e planejar ações

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Teve início nesta manhã (22/07), em Pato Branco, o Encontro de Núcleos da região Sudoeste, evento que reúne cooperativistas para discutir e planejar, regionalmente, o cooperativismo paranaense. A reunião de hoje, que teve como anfitriã a Coopertradição, contou com a presença de 80 participantes, representantes de 18 cooperativas de quatro ramos (agropecuário, saúde, crédito e transporte). Participaram também o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o superintendente José Roberto Ricken, além de gerentes, coordenadores e técnicos da Ocepar. Amanhã, o Encontro de Núcleos continua na região Norte/Noroeste, onde as cooperativas se reúnem na Coagru, de Ubiratã. No dia seguinte, 24 de julho, a reunião acontece na região Oeste, tendo como anfitriã a Copacol, de Cafelândia.

Descentralização - Anualmente, dirigentes, gerentes e colaboradores do Sistema Ocepar viajam pelo Paraná se reunindo com cooperativistas do Estado para analisar a gestão das cooperativas, apresentar as propostas para Planejamento Anual e relatar as ações e projetos em andamento. Nesta terça-feira, ao abrir a reunião em Pato Branco, o coordenador do Núcleo Sudoeste, Paulino Fachin, que é diretor da Ocepar e presidente da Coasul - cooperativa de São João, elogiou a iniciativa da Ocepar em descentralizar as reuniões por região. "´É uma forma mais racional das lideranças cooperativistas se reunirem e também trocarem informações. Eventos como este contribui muito para o desenvolvimento das cooperativas e do sistema como um todo".

Koslovski - O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, deu as boas vindas às cooperativas agradecendo a presença de todos, especialmente pelo fato do tempo chuvoso que se encontra na região Sudoeste. Koslovski manifestou preocupação em relação a possível volta da inflação e que todos precisam evidar esforços para que ela não retorne. "Todos perdem se isto acontecer", frisou. Ele lembrou também que muitos dos problemas vividos hoje pela economia vêm de fora. "A curto prazo teremos dificuldades e a longo prazo teremos que nos preparar com reservar para os momentos de crise". Tudo depende do comportamento da nossa economia e das tarefas que precisam ser feitas pelo governo e também pelas economias de países como os Estados Unidos e China que tem influencia na economia mundial.

Desenvolvimento - Koslovski também salientou sobre o desenvolvimento experimentado pelo sistema cooperativista paranaense nos últimos anos, mesmo tendo passado por uma crise muito grande do setor agropecuário. "Tivemos duas frustrações de safras nos anos de 2004 e 2005 e que representaram perdas de aproximadamente 13 milhões de toneladas de grãos para as cooperativas agropecuárias e que acabou refletindo de forma direta em diversos setores da economia, tanto no campo como nas cidades". O cooperativista aproveitou para lembrar também que foi neste período que as cooperativas apresentaram um maior desenvolvimento em suas gestões, tudo em decorrência de um planejamento anterior de investir nas pessoas com profissionalização e treinamentos.

Intercooperação - O dirigente aproveitou ainda a ocasião para ressaltar sobre a importância das cooperativas se integrarem cada vez mais. "A intercooperação é algo que estamos intensificando dentro do sistema.  Precisamos cada vez mais fazer parcerias, discutir questões de interesse de todos os cooperados envolvidos. Se nós fazemos parte de um sistema no qual o principio básico é a cooperação, não temos outra saída a não ser integrarmos cada vez mais", disse. O dirigente lembrou que a expectativa é que em 2008, o sistema cooperativista tenha uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 20 bilhões, 8% a mais do que em 2007 e por isso precisa sensibilizar-se de que toda esta movimentação financeira precisa passar pelo próprio sistema cooperativista, ou seja, pelas cooperativas de crédito.

Orgulho - Ao comentar sobre o Encontro de Núcleos, o presidente da Coopertradição, Julinho Tonus, disse que foi com orgulho que a cooperativa sediou este importante evento na região Sudoeste e que o cooperativismo é a melhor forma das pessoas se desenvolverem e prosperar de forma consciente e racional.

Palestra - A programação do evento incluiu também a apresentação da cooperativa anfitriã. Em seguida, o professor da FAE, Antoninho Caron, proferiu a palestra "Fluxo de capitais internacionais ao Brasil: os reflexos sobre os setores do agronegócio, crédito, saúde e infra-estrutura". Caron falou sobre a importância das empresas se modernizarem no aspecto de planejamento estratégico. "O mundo está mudando cada vez mais, com maior velocidade e precisamos estar conectados com o que acontece em todos os países", disse.

Parcerias - O caminho, na opinião do professor, é formar parcerias de forma horizontal privilegiando o desenvolvimento local e nisto o cooperativismo é especialista. "Hoje o mundo está dividido entre os países pobres e ricos e a questão não é quem vai dominar quem? O mundo movimenta US$ 2 trilhões por dia o que corresponde US$ 600 trilhões por mês. Em 2004 o Produto Mundial Bruto (PMB) foi de US$ 35,8 bilhões e a previsão para 2025 será de US$ 90 bilhões, deste total, 20% da produção primária ficará no mercado interno e 80% no mercado externo, ou seja, agregar mais valor. Vivemos num mundo mais competitivo no qual a qualidade é primordial.  Não será com idéias do passado que chegaremos ao futuro, precisamos olhar para dentro de nossas corporações e ver quais tipos de alianças estratégicas poderemos desenvolver para o futuro", afirmou.

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