ENCONTRO ESTADUAL V: Lideranças analisam 2009 e projetam próximo ano

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Ao participar do Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, diversas lideranças políticas e de outros setores ligados ao cooperativismo fizeram um balanço sobre o ano de 2009 e comentaram sobre as perspectivas para o próximo ano. Para o vice-governador do Estado do Paraná, Orlando Pessutti, apesar da crise, o ano deve encerrar com bons resultados com o setor produtivo mais preparado para enfrentar os próximos desafios. "2009 foi um ano um pouco tumultuado porque a crise internacional, iniciada em 2008, provocou reflexos bastante significativos no que diz respeito à agricultura, à pecuária e ao setor madeireiro do nosso país. Todos nós sabemos que o Paraná é um estado onde há pujança do cooperativismo, existente não somente no setor produtivo rural, mas também no cooperativismo de prestação de serviços, no cooperativismo de transporte. Tudo isso, de alguma forma, foi afetado pela redução da comercialização de produtos, principalmente a nível nacional, com as exportações que ficaram meio reduzidas, com menos transporte, menos trabalho no porto. Tudo isso afetou um pouco a nossa economia e o dia-a-dia das nossas cooperativas. Mas, apesar disso, nós vamos fechar bem o ano de 2009 de uma forma que podemos dizer, bem estruturados, alicerçados para o enfrentamento do ano de 2010, que deverá ser muito melhor para o setor cooperativista e, principalmente, para o setor produtivo do Paraná", afirmou Pessutti.

Parceria - O vice-governador também destacou a parceria com o setor cooperativista. "A parceria do governo do Estado com as cooperativas vem de muitos anos. A origem do cooperativismo no Paraná, principalmente o de produção agropecuária, está alicerçado dentro das estruturas governamentais. As primeiras ações fortes em favor do cooperativismo surgiram dentro da antiga Acarpa, atualmente Emater. Os principais líderes e dirigentes cooperativistas do Paraná tiveram a sua origem de trabalho como extensionista rural da Acarpa. E hoje nós temos uma ação muito forte de parcerias, tanto na questão da assistência técnica, extensão rural, em favor do meio ambiente, como, por exemplo, no recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos, no plantio de matas ciliares, na implantação de toda uma política de reposição florestal, através do Sisleg, e uma parceria muito forte, através da Agência de Fomento e do BRDE, no financiamento das cooperativas e do processo de agroindustrialização do Paraná", completou.

Flávio Arns - Na avaliação do senador paranaense Flávio Arns, as turbulências vivenciadas em 2009 mostraram a importância das sociedades se organizarem cada vez mais, citando o cooperativismo como exemplo. "Este ano foi muito importante em vários aspectos e com avanços em todas as áreas. Foi um ano de muitas dificuldades e de desafios na área econômica, com seus impactos também nas áreas social e ambiental. Houve uma necessidade grande de intervenção do poder público, de uma reestruturação por parte da iniciativa privada e de uma convergência muito forte num cenário de mudanças significativas no mundo. Por causa disso, é cada vez mais fundamental a sociedade se organizar para enfrentar novos desafios e perspectivas, trilhar novos rumos. Por isso que a Ocepar, as cooperativas e o cooperativismo são um exemplo que devem ser exaltados como organização do povo, visando o desenvolvimento econômico e social, porque gera emprego, renda e, ao mesmo tempo, dá sustentação ao desenvolvimento ambiental", afirmou.

Senado - O senador disse ainda que há muita disposição em atuar com as cooperativas que, segundo ele, possuem grande credibilidade entre os demais parlamentares. "Eu tenho acompanhado os projetos em tramitação no Senado ligados ao cooperativismo, e sempre tenho estado a disposição para fazer o entrosamento e o diáologo que forem necessários. O cooperativismo é muito respeitado dentro do Congresso Nacional, particularmente o cooperativismo do Paraná. O Paraná tem uma credibilidade, uma fama boa, no sentido de que as coisas acontecem nesta área de uma maneira muito eficiente em nosso Estado. Então, nesse sentido, os projeto sempre são recebidos com uma perspectiva boa, uma aceitação grande porque todos sabem que o caminho para o Brasil, na área da agricultura e em outras áreas é através do cooperativismo", completou.

Congresso Nacional - A criação de uma carteira agrícola do BNDES voltada para pequenos e médios projetos de investimentos é, na opinião do deputado federal Moacir Micheletto, um dos principais desafios da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) para o próximo ano. "O BNDES é um banco de investimento e de desenvolvimento, por isso é importante que atenda também projetos que são grandes para as cooperativas, mas atualmente são pequenos para uma instituição como o BNDES", afirmou. Na avaliação do parlamentar, outro desafio para o próximo ano é avançar na busca pela aprovação da Lei do Cooperativismo e conseguir resolver as questões envolvendo o Código Ambiental.  "Em relação à legislação ambiental, foi uma grande luta e também uma grande vitória trazer  discussão em torno da matéria para dentro do Congresso", disse Micheletto, que é presidente da Comissão Especial constituída para tratar deste assunto. "Estamos otimistas. Esperamos que ainda no primeiro semestre tenhamos uma solução para este problema", disse.

Bianchini - O secretário de Estado da Agricultura, Valter Bianchini, acredita o setor agropecuário deve atingir melhores resultados a partir da safra 2009/2010 e que o trabalho do cooperativismo tem sido importante para vencer os obstáculos advindos com a crise. "A safra 2008/2009 foi ruim do ponto de vista da produtividade e da produção em função dos problemas climáticos, seca e agora o excesso de chuva. Tivemos problemas na relação dólar/real, essa desvalorização do real prejudicando os preços internacionais, refletindo no mercado interno. Houve ainda queda de qualidade da produção para a safra de trigo. Enfim, para a safra de grãos foi um ano ruim, mas com uma boa expectativa para 2009/2010. Nós temos aí uma boa intenção de plantio na safra das águas. A expectativa é de que retome, se o clima continuar bom, ao patamar de 30 milhões de toneladas de grãos. Os produtores estão apostando. Houve um recuo no plantio de milho, mas com crescimento na área de soja. A parte da pecuária foi mais equilibrada. Mas, as cooperativas trabalham com um grande programa de diversificação e de agregação de valor. Dessa forma, da parte das cooperativas você tem aí a diversificação, seja na avicultura, no setor de carnes, no setor de leites, de café, de sucos. Essa diversificação permitiu que o cooperativismo continuasse investindo. Nós temos de novo essa meta de um bilhão de reais de investimento em agroindústria. Isso faz com que a crise vá sendo superada, o que vai refletir no agricultor que, mais diversificado e com mais agregação, pode superar melhor esses momentos de altos e baixos. Há uma boa expectativa em relação a 2009/2010 e somos parceiros do cooperativismo para apostar cada vez mais na diversificação e na agregação de valor no nosso Paraná", disse Bianchini.

Modelo de cooperativismo - Para o prefeito de Curitiba Beto Richa, que também prestigiou o Encontro Estadual de Cooperativistas, os números do cooperativismo do Paraná impressionam. "A Ocepar reúne quase 240 cooperativas, congrega mais de 500 mil cooperados e gera mais de um milhão de postos de trabalho, o que significa quase 10% da população do Paraná. Em muitos municípios, as cooperativas são as maiores geradoras de empregos, tendo ainda um papel importante na agroindustrialização e na balança comercial paranaense", disse. Em função da importância social e econômica do setor, Beto Richa ressaltou que sentiu-se honrado em  participar do evento que visa ressaltar as conquistas e buscar o fortalecimento do cooperativismo do estado.  "Além da agropecuária, o cooperativismo tem uma presença forte em outros setores, como saúde, crédito, transporte, educação, entre outros. Por isso, o Estado, obrigatoriamente, tem que dar a sua contrapartida, no sentido de resolver os gargalos, melhorar a infraestutura, desburocratizar as relações com empreendedores e a redução dos custos tributários", acrescentou.

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