ENDIVIDAMENTO III: Presidente do BNDES vai ser convocado para explicar atraso

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Os parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vão convocar o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para esclarecer o motivo da demora da instituição em repassar aos bancos as instruções para por em prática a renegociação das dívidas agrícolas. A decisão foi tomada na quarta-feira (11/06), após reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, diretores da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), dos bancos oficias, privados e de montadoras. "Precisamos de explicações da principal instituição bancária do país, do porque ainda não publicou a carta circular com as orientações para que os agentes financeiros possam renegociar os débitos dos produtores rurais", ressalta o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), relator da medida provisória (MP) 432, que prevê a renegociação de R$ 75 bilhões de dívidas acumuladas do setor agropecuário brasileiro.

Insatisfação - Tanto o ministro, como os parlamentares ficaram revoltados com a maneira que o BNDES está tratando o assunto. O representante da entidade chegou a afirmar que a demora ocorre por problemas na área de informática e que não há previsão para divulgar as regras. Por sugestão do próprio Stephanes, Coutinho vai ser chamado na Câmara para debater o entrave nas negociações. Heinze destaca que enquanto o Legislativo, o Executivo e o setor produtivo fecham acordo para resolver um grande problema da agricultura brasileira, o gestor dos recursos atrasa a renegociação que vai beneficiar mais de 2,8 milhões de contratos do crédito rural. "Enquanto isso produtores estão sendo pressionados para pagarem os débitos que por direito, estão prorrogados para outubro", ressalta.

Liberação de recursos - A liberação de recursos para as operações de custeios da atual safra também foi debatido durante a reunião. De acordo com Heinze, os agentes financeiros estão limitando o crédito ao valor contratado na safra passada e, em alguns casos, até reduzindo. "Com a prorrogação, os bancos estão restringindo o acesso ao financiamento. Todos sabemos que os custos estão aumentando e os produtores precisam de mais dinheiro para cultivarem as lavouras", explica. Até que as normas do BNDES sejam divulgadas, os bancos das montadoras se comprometeram em analisar a situação do produtor e autorizar a prorrogação até outubro.

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