ESTUDO: Rabobank traça cenário positivo para o campo brasileiro este ano
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Após colecionar em 2009 resultados menos adversos do que os inicialmente esperados, o agronegócio brasileiro inicia 2010 com boas perspectivas de recuperação. Nada de crescimento bombástico, segundo a visão da maior parte dos atores do setor, mas pelo menos algo capaz de devolver aos principais segmentos do campo a tendência ascendente observada do início da década até 2008, apesar de tropeços em 2005 e 2006. Estudo do Rabobank corrobora a tese. De oito importantes cadeias produtivas analisadas pelo banco de origem holandesa com forte atuação na área rural, a da soja é a que aparece com mais riscos. Para cana (açúcar e álcool), café, algodão, milho e carnes (bovina, suína e de frango), o horizonte é mais promissor, pelo menos a partir da análise dos fundamentos de oferta e demanda de cada segmento.
Cenário positivo - O trabalho do banco pondera que nem só desses fundamentos vivem os mercados, mas pelo lado das decisões de investimentos derivadas de condições macroeconômicas o cenário é positivo. O Rabobank lembra que o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta "leve retomada" do crescimento econômico mundial em 2010, puxada pelos países em desenvolvimento, e que no Brasil, um dos motores emergentes, o terreno é firme. A ressalva é o câmbio, já que a expectativa é que o real continue forte, afetando as exportações.
Dólar - Principal foco de reclamações da ala exportadora do agronegócio em 2009, a erosão do dólar já é, desde as primeiras estimativas para 2010, a principal vilã do ano novo, ainda que tenha sido vital para a sustentação das cotações internacionais das commodities em 2009. Como não há sinais de mudanças cambiais profundas antes do segundo semestre, é de se esperar que esse fator de suporte perdure.
Emergentes - Com fundamentos atraentes e dólar à sombra do que foi, Andy Duff, gerente do departamento de pesquisa e análise setorial do Rabobank no país, diz que o fluxo de investimentos em commodities não arrefecerá este ano. "É um movimento que está apenas começando". Duff concorda que, além da segurança que proporciona em tempos de turbulência e do retorno que pode gerar em um ambiente de medidas macroeconômicas de viés inflacionário adotadas sobretudo em países desenvolvidos, a aposta nas commodities vem se fortalecendo estruturalmente tendo em vista o longo prazo promissor sustentado pelos emergentes. (Valor Econômico)