EUA devem bloquear pedido de painel na OMC

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O governo dos Estados Unidos deverá bloquear hoje, em Genebra, o pedido que será feito pelo Brasil para que a Organização Mundial do Comércio (OMC) abra um comitê de arbitragem (painel) para julgar os subsídios dados por Washington aos seus produtores de algodão. O bloqueio é um procedimento que ocorre de forma freqüente nos processos da entidade na primeira vez que um país pede a criação de um painel. O Itamaraty, porém, poderá reapresentar o caso em duas semanas e, na ocasião, a OMC somente não criará o comitê de arbitragem se todos os 146 países da entidade, inclusive o Brasil, se opuserem. O governo alega que os produtores de algodão são prejudicados pelos subsídios dados pelos EUA aos seus agricultores. Segundo o Itamaraty, a ajuda da Casa Branca distorce a competitividade do algodão americano, que ganha mercados no exterior em detrimento do produto brasileiro. Para importadores de algodão da Europa, o Brasil tem condições de ganhar uma fatia significativa do mercado se vencer a disputa com os Estados Unidos. Um desses mercados poderá ser o da Ásia, que tem crescido de forma surpreendente nos últimos meses.

Cotação - Outra queixa do Brasil é de que, ao subsidiar sua produção, os americanos estão contribuindo para uma queda dos preços do algodão no mercado internacional, o que prejudica a renda dos agricultores brasileiros. Ao contrário dos americanos, os brasileiros não recebem subsídios que cubram os custos de produção. Pelos cálculos do governo e do setor privado, os produtores nacionais perdem cerca de US$ 1 bilhão por ano por causa das políticas dos Estados Unidos para o setor. Quando o painel for estabelecido, provavelmente no começo de março, três árbitros internacionais irão avaliar os subsídios dos Estados Unidos para verificar se estão ou não de acordo com as regras da OMC. Caso a ajuda estatal seja condenada, a Casa Branca será obrigada a retirar os subsídios, sob pena de sofrer retaliação brasileira. Em Genebra, muitos especialistas acreditam que a disputa promete mobilizar advogados e diplomatas dos dois países por alguns anos, até ser resolvida. (Fonte: O Estado de São Paulo)

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