EUA terão resistência para cortar subsídios
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A proposta de orçamento dos EUA para 2007 prevê corte de 5% no pagamento de subsídios a todas as culturas agrícolas. Mas o poderoso presidente do Comitê de Agricultura do Senado, Saxby Chambliss, já avisou que fará campanha para derrotar a proposta. No texto de justificativa do orçamento, a Casa Branca afirma que a renda agrícola está batendo recorde nos EUA, estimada em US$ 83,2 bilhões em 2005, e que o pagamento de subsídios no ano passado pode ser um dos mais altos desde a nova legislação agrícola. A previsão é de exportações recordes, de US$ 64 bilhões este ano.
Corte de 5% - Pela proposta, haverá um corte linear de 5% para todas as culturas, incluindo o subsídio para leite. No primeiro ano, os pagamentos cairiam cerca de US$ 500 milhões. Em dez anos, horizonte usado pelo orçamento dos EUA, US$ 4,9 bilhões. O pagamento máximo por fazendeiro será de US$ 250 mil, incluindo empréstimos. Mas acaba a limitação de empréstimos a apenas três empresas relacionadas ao mesmo controlador. Empréstimos de comercialização estão fora do limite, e a Casa Branca calcula que essa medida traria economia de US$ 1,2 bilhão em dez anos. O governo pretende reduzir o pagamento de prêmios de seguro de safra. Esse item traria economia de US$ 1,26 bilhão em dez anos. O corte não é nenhuma mudança drástica, se considerada a promessa do presidente George Bush feita em fóruns internacionais, de que acabaria com todos os subsídios agrícolas até 2010, desde que houvesse contrapartida da Europa.
Sem grandes mudanças - O texto do orçamento também não cria expectativa de grandes mudanças na nova lei agrícola, que vale a partir de 2007. Chambliss rebateu a Casa Branca dizendo que "os pagamentos estão US$ 13 bilhões abaixo do projetado pelo Escritório de Orçamento do Congresso". Representante do Estado algodoeiro da Georgia, o senador espera que o governo perca na votação desta proposta, que é parecida com a de 2005, derrotada em plenário. "Novamente a agricultura está sendo injustamente atingida."
Os maiores contribuintes de campanha para o senador são as agroindústrias, entre elas, o National Cotton Council, associação que representa os plantadores de algodão dos EUA, segundo o Center for Responsive Politics, de Washington.