FAEP: Estiagem no Paraná preocupa Ágide Meneguette

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O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, e o assessor da diretoria, Carlos Augusto Albuquerque, foram recebidos no início da tarde desta quinta-feira (07/05), na sede do Sistema Ocepar pelo presidente João Paulo Koslovski. Ágide disse estar muito preocupado com o momento vivido pela agricultura no estado, aonde as perdas com a estiagem já somam R$ 4,3 bilhões, conforme levantamento realizado pela própria Faep. Iniciada em novembro de 2008, a estiagem, segundo dados da Secretaria da Agricultura, prevê que na presente safra, 2008/09 haverá uma redução de 19% na produção de grãos, passando de 32,21 milhões de toneladas no ano passado para 26,21 milhões de toneladas na atual. "Os recursos que deixarão de circular pela redução da colheita em 6 milhões de toneladas, provocará um efeito multiplicador, enfraquecendo o comércio e a indústria, reduzindo os investimentos, a arrecadação de tributos e destruindo postos de trabalho", ressaltou Meneguette.

Trigo - O presidente da Faep disse que esteve com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes ontem (05/05) e aproveitou para solicitar a ele que sejam prorrogados os prazos para plantio do trigo. "Com a seca, muitas regiões não puderam começar a plantar o cereal e precisam de mais tempo para isso". Outra preocupação do dirigente é com relação ao seguro rural. "Precisamos somar esforços com o cooperativismo e com o apoio do ministro, fazer com que o projeto de lei que se encontra no Congresso há anos seja votado o mais urgente possível e que os produtores possam ter de fato um mecanismo de defesa num momento de dificuldade como este com a estiagem", frisou.

Meio ambiente - Outro tema abordado na reunião foi a questão ambiental. Na opinião de Ágide, existem várias posições apresentadas sobre o Código Ambiental ao governo, agora há necessidade das lideranças nacionais sentarem com os parlamentares e discutirem um projeto de consenso. O presidente da Faep está preocupado com o prazo curto para esta discussão. "Já estamos no mês de maio, a atual legislatura, praticamente se encerra no final deste ano, se não votar no primeiro semestre na Câmara e depois no Senado, dificilmente num ano eleitoral nossos parlamentares irão votar, então precisamos nos mobilizar de forma conjunta e urgente, por isso esta nossa reunião com o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski", disse o dirigente.

Seguro rural - Ágide também manifestou preocupação sobre a próxima safra de grãos. Segundo ele, a preocupação da Faep não é com o volume de recursos e sim com o risco que os produtores sofrem em períodos de intempérie. "Não adianta o governo anunciar recursos na ordem de R$ 200, R$ 300 ou R$ 400 bilhões que o produtor. Em tempos de crise não tem como acessar esses recursos. Hoje, o grande entrave que o produtor tem é o risco. Aqui no Paraná nós perdemos mais de quatro safras por seca. Tivemos algumas safras que plantamos com o dólar alto e na hora de vender estava baixo. Os preços dos insumos explodiram e o produtor está carregando nas costas esta descapitalização. E agora, com mais esta estiagem as coisas tendem a piorar. Por isso tenho insistido com o ministro que precisamos resolver a questão do risco, porque banco nenhum vai colocar dinheiro se os riscos não estão dentro das regras. O dinheiro é importante sim, mas precisamos antes de tudo resolver a questão do risco", lembrou.

Koslovski - Na avaliação do presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, a reunião foi extremamente produtiva. "Pudemos debater diversos assuntos de interesse do setor. Avalio que encontros como esses são importantes, afinal, são duas entidades (Ocepar e Faep) que por tradição, sempre caminharam em parceria na defesa dos interesses do setor produtivo e do Estado do Paraná. São objetivos comuns e que visam buscar soluções para diversos problemas do agronegócio paranaense e vamos continuar trocando informações neste sentido", frisou.

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