FERTILIZANTES I: Cooperativas do Paraná constituem consórcio de insumos agropecuários
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Um grupo de 21 cooperativas agropecuárias do Paraná lançou hoje (26/09), em reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, realizada na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, a formação do Coonagro (Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário) que atuará no setor de fertilizantes com o objetivo de reduzir os impactos do custo de Fprodução do insumo. O consórcio vai coordenar e desenvolver métodos para aquisição, formulação, fabricação, industrialização, distribuição, comercialização e importação de insumos agrícolas, fertilizantes, defensivos, corretivos, entre outros produtos agropecuários.
Estudos - O Coonagro é o resultado de estudos realizados pela Ocepar ainda em 2003 e da decisão do governo federal, neste ano, de buscar uma solução ao problema da dependência do mercado externo de fertilizantes. "É um momento importante para a história do cooperativismo do Paraná, que une forças numa ação que trará muitos benefícios para os cooperados", disse o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, ao abrir a solenidade de oficialização do consórcio. Koslovski lembrou de reunião promovida em fevereiro de 2007 pelo ministro Stephanes, que lançou o desafio às cooperativas, de buscarem uma solução conjunta. Neste ano o Ministério da Agricultura (Mapa) realizou diversas reuniões em Brasília, que antecederam as reuniões promovidas pela Ocepar, em Curitiba, para discutir possíveis soluções ao problema. Koslovski agradeceu o empenho do ministro e pediu apoio para agilizar o registro de produtos nos órgãos federais.
Empenho para reduzir a dependência - A dependência estrangeira no fornecimento estrangeiro de matéria-prima para o Brasil, vai reduzir drasticamente em menos de uma década, segundo mostrou o ministro Reinhold Stephanes. O ministro fez um relato da situação de dependência em que se encontra o Brasil e a preocupação do governo federal em resolver essa questão estratégica, que levou o próprio presidente Lula a se empenhar na busca de soluções através da criação de um grupo de trabalho, do qual participam diversas áreas do governo.
Alternativas - Em cerca de 5 anos o Brasil deverá alcançar a auto-suficiência em nitrogênio. "Até o final do ano a Petrobrás deverá apresentar estudo sobre a auto-suficiência em nitrogenados", frisou o ministro que fez um relato sobre as grandes jazidas de gás em exploração, que podem fornecer matéria-prima para fertilizantes. Também acenou para o fim da dependência em fósforo, num período de 6 a 7 anos, em função da possibilidade de exploração de novas jazidas. Da mesma forma, foram descobertas jazidas significativas de potássio no Recôncavo Baiano que, com outras soluções, devem permitir ao Brasil o auto-abastecimento em cerca de dez anos.
Solução fantástica - O ministro afirmou que "essa é uma solução fantástica", referindo-se à formação do consórcio Coonagro pelas cooperativas do Paraná. Frisou que além da iniciativa das cooperativas do Paraná o governo aventou a possibilidade de formação de um consórcio que reuniria cooperativas e uma empresa da Petrobrás. Ao apelo do presidente da Ocepar para apoiar o registro de novos produtos na esfera federal respondeu que o ministério está com as portas abertas. O secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, que participou da solenidade de formalização do consórcio, elogiou a iniciativa. "O consórcio trará impactas muito positivos, reduzindo os custos e podendo atuar também, de acordo com seus estatutos, em agroquímicos. O Paraná está dando exemplo, através da Ocepar, de como resolver os entraves à nossa agricultura", afirmou.
Resposta contra concentração de mercado - Na opinião do presidente do Coonagro, Frans Borg, escolhido por unanimidade para comandar o Consórcio, a iniciativa é um marco para a história do cooperativismo paranaense. "A concentração de mercado é uma realidade da economia globalizada e as cooperativas não podem ficar passivas diante dessa distorção. Era preciso uma resposta e a formação do Consórcio é uma iniciativa fundamental para que possamos superar este grave problema com sérios impactos no custo de produção dos agricultores", afirmou. "É uma semente que se plantou e a gente espera, e vamos trabalhar para isso, que o Sistema Cooperativista a irrigue para que ela cresça e possa dar frutos", concluiu.