FINANCIAMENTO: BB faz mutirão e plantão para contratação da safra

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Quarenta agências do Banco do Brasil vão estar abertas nos próximos três sábados - dias 15, 22 e 29 de setembro - para receber propostas de operações de custeio e de prorrogação de dívidas agrícolas. O horário de atendimento ao produto rural será das 8h30 às 12 horas. Outras 100 agências vão fazer expediente interno para processar os pedidos recebidos. A meta do Banco do Brasil é liberar, até o final do mês, 90% dos recursos destinados ao Paraná para a próxima safra. Do total previsto para o estado, R$ 1,8 bilhão, apenas 21% foi liberado até agora.

Governo pede rapidez - O baixo valor contratado até agora motivou o banco a realizar o mutirão no Paraná. Sindicatos e o governo estadual pleitearam maior rapidez no processo, apesar do setor produtivo afirmar que o produtor rural não está sendo prejudicado. No ano passado, nesta mesma época, 30% dos recursos haviam sido liberados, mas a maior parte das negociações ocorreu em outubro. "Queremos que o dinheiro chegue o mais rápido possível ao produtor, já que as expectativas para a próxima safra são muito boas, com preços valorizados", disse o superintendente do Banco do Brasil no Paraná, Danilo Angst.

Agências com maior demanda - Ainda não foram definidas quais as agências que vão abrir nos próximos sábados. "Estamos decidindo, junto com sindicatos e prefeituras, aquelas que têm maior demanda, de forma a atender melhor o produtor." O atraso nos novos contratos ocorreu porque os produtores precisavam decidir se iriam prorrogar as dívidas recentes de custeio e investimento. As normas começaram a chegar ao Banco do Brasil apenas nos últimos dias, de acordo com Angst. "Por enquanto não temos volume muito grande de prorrogações. A maioria queria apenas conhecer as regras e está fazendo o pagamento", disse.

Alterações - Apesar de o Banco do Brasil já ter iniciado a liberação de recursos para a próxima safra, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) espera que o governo federal adote novas regras para a prorrogação de dívidas. "O ministro Reinhold Stephanes havia se comprometido com algumas coisas que não foram contempladas no anúncio do governo feito em agosto", explica o economista da entidade, Pedro Loyola. Uma das promessas que não foram cumpridas era a de que os valores de custeio prorrogados iriam para o final dos novos contratos, permitindo aos produtores o pagamento de outras dívidas em um primeiro momento. No entanto, o governo federal decidiu que isso será decidido caso a caso.

Prorrogação de dívidas - Segundo Loyola, nos últimos anos, entre 60% e 70% dos produtores rurais do Paraná prorrogaram algum tipo de dívida. Com os preços das commodities em alta desde o final do ano passado, a expectativa é que uma parte deles consiga sanar as dívidas com o Banco do Brasil e evitar novas prorrogações. "Mas os produtores de grão, por exemplo, não conseguem fechar todas as contas", diz.

Hora certa - O mutirão do Banco do Brasil ocorre em boa hora, de acordo com o superintendente-adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa. "As máquinas estão no campo e o produtor está pronto para iniciar o plantio, assim que vier a primeira chuva. O fator limitante no momento é a falta de umidade no solo." (Gazeta do Povo)

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