FÓRUM DOS PRESIDENTES I: Márcio Lopes apresenta planejamento estratégico da OCB

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O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, ministrou uma palestra com o tema "Ações estruturantes para o cooperativismo brasileiro" na manhã desta terça-feira (06/10), no auditório do Sistema Ocepar, em Curitiba, durante o Fórum dos Presidentes das Cooperativas Paranaenses. Freitas, que também prestigiou a abertura do evento na noite de segunda-feira (05/10), discorreu sobre o projeto desenvolvido pela OCB para os próximos quatro anos. Ele começou lembrando que há oito anos iniciou sua gestão como presidente da Organização preocupado em instituir um trabalho baseado em uma visão mais estratégica, tentando quebrar antigos paradigmas e reestruturar o sistema. O primeiro planejamento estratégico foi formatado em 2002. "Houve uma revisão em 2005, o processo evoluiu e estabelecemos a base do nosso trabalho no final de 2008, quando chegamos a um planejamento mais definitivo, com uma equipe mais estruturada e com ações para serem desenvolvidas no médio prazo", afirmou o presidente da OCB.

Governança - De acordo com ele, o primeiro passo para a execução dessa linha de ação foi implantar um modelo de governança adequado para um processo de representatividade legítimo e que desse sustentação às ações da Organização. "O Paraná desenvolve um trabalho que tem servido de referência para as demais Organizações Estaduais e para a OCB e, mais uma vez nós nos utilizamos do modelo do Paraná e também de outros estados para instituir um modelo de governança", frisou. Freitas explicou que a assembléia geral é realizada com representantes das 27 organizações estaduais e que o conselho administrativo é formado por com dois representantes de cada região, eleitos pelas próprias regiões. Também foram constituídos o Conselho de ética e os Conselhos Especializados dos ramos para cada atividade econômica. "Cada conselho possui representantes indicados pelas organizações estaduais e faz sua agenda. É uma atividade importantíssima. O segundo passo é promover o fortalecimento desses conselhos nos Estados, incentivando cada um deles a se organizar nesse processo de representatividade". Freitas destacou ainda que nos cinco principais ramos do cooperativismo os conselhos especializados já estão constituídos: saúde, crédito, trabalho, infraestrutura e agropecuário.

Projeto - A partir dessas mudanças, a Organização traçou uma estratégia de trabalho com a preocupação de atender às necessidades das cooperativas. Um projeto para o período 2009-2013 foi aprovado em assembléia no último mês de abril. Freitas explicou que as ações foram delineadas a partir de pesquisas realizadas com a participação de público externo (como ministros da Agricultura e da Fazenda), público interno (envolvendo todas as Organizações Estaduais) e entrevistas pela internet. As informações foram consolidadas e o Conselho de Administração elegeu as prioridades e orçamento para execução do projeto. "Em relação às OCEs (Organizações Estaduais das Cooperativas), cooperativas, cooperados e sociedade, foi definido que é necessário ampliar a visão empreendedora nas OCEs, cooperativas e cooperados. Também precisamos promover o fortalecimento econômico e social das cooperativas. O setor cooperativista representa 6% do PIB brasileiro. Precisamos ampliar isso", ressaltou o dirigente.

Competividade - Ainda de acordo com ele, é necessário incrementar a competitividade das cooperativas. "Não somente na questão tributária. O maior ganho é formar uma rede, com mesmos princípios e valores. A intercooperação entre as cooperativas não é ideologia. É uma questão econômica", completou. Na avaliação de Freitas, o grande desafio hoje é aumentar a renda dos cooperados. "No ramo agropecuário isso é muito evidente, mas é preciso cuidar disso nos outros ramos também", acrescentou. Outro item ressaltado foi a promoção do fortalecimento das Organizações Estaduais. "Aqui no Paraná é chover no molhado, mas em outras regiões do País nós temos que ajuda-los a se estruturarem, se organizarem e se posicionarem diante da sociedade. Temos que trabalhar pra mostrar o aspecto positivo das cooperativas e a nossa força institucional", disse.

Agenda - Márcio Lopes de Freitas também afirmou que a OCB tem atuado no sentido de inserir o cooperativismo na agenda de desenvolvimento do país. "Estamos fazendo um trabalho forte nesse sentido, inclusive com a participação no Conselho de Desenvolvimento do governo Lula", ressaltou. Disse ainda que uma equipe técnica acompanha o andamento de todos os projetos de interesse em tramitação no Congresso Nacional e que a Organização tem uma proposta de inserir representantes do cooperativismo em todas as agências reguladoras. Também estão sendo desencadeadas ações no sentido de ampliar o número de parlamentares comprometidos com o setor na Frente Nacional do Cooperativismo (Frencoop). O presidente da Organização comentou sobre a aprovação da Lei geral do cooperativismo, do ato cooperativo e da regulamentação do cooperativismo de trabalho. "A lei geral deve ser votada até meados do ano que vem. Até lá vamos continuar negociando porque ainda há muitas divergências", afirmou.

Fortalecimento institucional - Ele disse ainda que esforços estão sendo empregados para promover o fortalecimento institucional da OCB. "Estamos buscando o reconhecimento do Sistema como uma organização, preservando os valores e princípios do cooperativismo. Queremos ampliar a nossa representatividade, aprimorar o modelo de governança. O desafio é melhorar também o modelo de gestão e governança das cooperativas", ressaltou. Ainda de acordo com Freitas, o Sistema precisa assumir o papel de formação das pessoas, com apoio do Sescoop. "Temos que preparar e desenvolver novas lideranças", completou. 

Avaliação - "Para nós foi uma honra participar desse fórum porque o Paraná possui um modelo avançado de cooperativismo, bagagem e expertises que servem de modelos para o Brasil e para nós é importante conviver e nos integrar com essa realidade. Também tivemos a oportunidade de expor aos dirigentes paranaenses a linha de pensamento que estamos adotando para promover o desenvolvimento do cooperativismo", disse. Ele ressaltou que o plano estratégico da OCB está aberto a sugestões e críticas das cooperativas. "Ele não é fixo, pode ser alterado pois o nosso objetivo é atender o movimento cooperativo brasileiro. As cooperativas e os cooperados são a razão de ser do nosso planejamento", destacou o líder cooperativista.

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