FÓRUM DOS PRESIDENTES III: O Brasil precisa investir em pessoas, pesquisa e tecnologia
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"Não dá só pra exportar commodities, temos que exportar cérebro, temos que exportar inteligência, temos que exportar tecnologia. Isso é o que vale, isso é o que faz um país crescer, isso é o que cria desenvolvimento. O futuro pertence aos países que investirem em educação, pesquisa e educação". Esta foi a mensagem do presidente do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães, durante palestra ministrada na noite de segunda-feira (05/10), no Fórum dos Presidentes das Cooperativas, evento promovido pelo Sistema Ocepar. A frente da maior corporação do segmento de educação e Tecnologia no Brasil, Guimarães contou aos dirigentes sobre a trajetória do Grupo Positivo e como a organização tornou-se líder em três áreas: educação, gráfica editorial e informática.Trajetória de sucesso - "Educação sempre foi a minha cachaça. Mas como surgiu essa rede, que conta com 3.500 escolas e mais de 500 mil alunos na rede privada? Atualmente estamos presentes em todos os estados do Brasil e em mais de 20 países. O que está por trás disso? O que aconteceu foi que investimos nas pessoas, investimos em pesquisa e em tecnologia", contou o presidente e fundador do Grupo Positivo. "Me dedico à educação há muitos anos, mas sempre fui um estudioso da economia brasileira, do mercado. Todo dirigente de empresa e de cooperativa tem que ser um conhecedor do mercado, ter uma visão estratégica, conhecer o ambiente em que atua para saber se aquilo que está fazendo tem futuro ou não. É primordial, também, aprender com o passado, com a experiência alheia. Quero nesta palestra oferecer números e, com base neles, meditar sobre o país", disse.
Mudar para crescer - Segundo ele, o Brasil tem uma história de extrativismo, e também de exportar produtos primários e commodities, e que precisa ser mudada. Guimarães lembrou no ano passado, 60% das exportações brasileiras foram commodities e 40% produtos manufaturados. "Precisamos mudar isso. Ou nós investimos nas pessoas, ou investimos em pesquisa e tecnologia, ou não sei se vamos ser a quinta economia mundial, conforme anunciaram recentemente quando o Brasil venceu a corrida pelas olimpíadas de 2016", disse.
Números - Usando números do comércio externo para mostrar quanto o Brasil deixa de ganhar quando exporta matéria-prima, sem valor agregado, Guimarães lembrou que em 2007 o custo por tonelada importada da China foi de US$ 1.585,25, enquanto no mesmo período o custo por tonelada exportada para a China foi de US$ 86,17. Viram a diferença na conta? Fazemos um monte em volume, mas nem tanto em dinheiro? Um bom exemplo brasileiro do quanto o país ganha quando transforma matéria-prima em produto pode ser vista com a criação da Embraer. "A Embraer foi criada com um capital inicial de US$ 5 milhões. Atualmente, o lucro da empresa é de US$ 306 milhões por ano, e é líder mundial na fabricação de jatos de até 120 assentos", contou Guimarães.
O Paraná no caminho certo - Segundo ele, as cooperativas do Paraná já despertaram para esta necessidade de agregar valor à matéria-prima. "Vocês sabem o caminho, tanto que já respondem por 38% da agroindústria estadual. Vocês já sabem a saída e estão fazendo. Só vim aqui reforçar isso e dizer que vocês estão no caminho certo", afirmou.