FRIMESA: Cooperativa busca recursos do Procap-agro
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A Frimesa Cooperativa Central, com sede em Medianeira (PR), está buscando recursos no valor de R$ 50 milhões, por meio do Programa de capitalização das cooperativas de produção agropecuária (Procap-agro), sendo que a metade do valor provavelmente deverá ser financiada pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e a outra metade pelo Banco do Brasil. A informação foi dada pelo presidente da Frimesa, Valter Vanzella, na manhã desta terça-feira (22/06), em Curitiba, durante sua passagem pela sede do Sistema Ocepar. Na oportunidade, ele esteve reunido com o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, e com o presidente da Sicredi Central PR, Manfred Alfonso Dasenbrock.
Substituição - Segundo Vanzella, a Frimesa já estava desistindo de acessar o Procap-agro mas, com a inclusão do Programa no Plano Safra 2010/11, contemplando também as cooperativas centrais, a cooperativa decidiu fazer o financiamento, dentro do limite estabelecido. "Com esses R$ 50 milhões nós simplesmente vamos substituir operações que temos de curto prazo com outros agentes financeiros por essa, cujo prazo é melhor e com custo mais adequado à atividade da cooperativa. Não visa nenhum investimento, apenas essa mudança. Uma parte talvez nós utilizemos para melhorar o prazo de repasse para as cooperativas filiadas para que elas possam fazer um pagamento mais de curto prazo ao produtor de suínos. Mas deveremos utilizar esse montante principalmente para substituir outras operações financeiras que nós temos", afirmou.
Importância - Vanzella acredita que Procap-agro vai impactar positivamente no sistema cooperativista, embora a sua implementação ainda esteja ocorrendo de forma um pouco lenta. "Eu estou no sistema cooperativista há mais de 25 anos. Nesse período vi vários programas sendo lançados, mas todos eles têm uma implementação lenta, confusa, no início. Foi assim com o Recoop, por exemplo, mas eles acabam acontecendo", disse. "O Procap-agro também vai ajudar em muito porque, no comando de uma cooperativa, nós temos um projeto de crescimento e, trabalhar com um giro de longo prazo, é bem melhor do que a cada pouco estar negociando operações de 180, nó máximo 360 dias, que o sistema financeiro propõe. Até porque nós temos muita volatilidade no câmbio, muita instabilidade na política de juros, a Selic, por exemplo, é alterada a cada pouco pelo Copom. Então, um dinheiro dessa natureza, com um prazo mais longo e taxa fixa, se encaixa melhor dentro de um planejamento de médio e longo prazo para uma cooperativa. O limite é bom e as condições são realmente muito favoráveis e isso é importante para a cooperativa desempenhar suas atividades", acrescentou.
Investimentos - O presidente da Frimesa também falou sobre os investimentos que a cooperativa está realizando na área de carnes e leite. "Nós investimos pesado na indústria de carnes onde o projeto contempla um crescimento muito grande junto com nossas filiadas. Nós abatíamos 1500 suínos por dia e, até 2016, pretendemos alcançar o abate de seis mil suínos por dia e a consequente industrialização da carne. Em relação ao leite, modificações foram feitas para agregar maior valor à produção, com a melhoria nas estruturas das indústrias localizadas em Marechal Cândido Rondon, Matelândia e em Santa Catarina. "O custo do frete inviabiliza o transporte de longas distâncias devido ao baixo valor do leite. Com isso, nós estamos procurando industrializá-lo nas bacias de captação, fazendo com que se transporte o produto já com maior valor e maior concentração e isso está dando certo, com a nossa estrutura de leite adequada para isso", completou Vanzella.