FUNDAÇÃO ABC: A pesquisa do produtor chega aos 25 anos
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Tudo começou com a produção de leite e umas poucas lavouras rudimentares para sustento familiar, que foram sendo substituídas por áreas de produção maiores, até iniciarem-se as lavouras comerciais a partir dos anos 50. Para orientar os agricultores, até por volta de 1970 o governo holandês enviava técnicos e agrônomos que ministravam aulas teóricas e práticas, cursos rápidos e palestras, ensinando a melhores técnicas agrícolas da época. Após os anos 70, dispensando a ajuda holandesa, os imigrantes criaram seu próprio serviço de assistência técnica dentro da Cooperativa Central de Laticínios do Paraná - CCLPL (hoje Batávia S/A), o chamado DAT - Departamento de Assistência Técnica, que posteriormente dá origem aos DATs das cooperativas Arapoti, Batavo e Castrolanda. Empreendedores e decididos a fazer da nova pátria o seu lar, os colonos continuam a buscar no uso da tecnologia o melhor apoio para dominar as condições adversas de solo e alcançar os melhores resultados na prática da agricultura e pecuária. E assim, em 23 de outubro de 1984 eles deram vida à Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária.Princípio - A história dessa organização tem tudo a ver com a implantação da colônia holandesa na região dos Campos Gerais. Suas raízes repousam no distante mês de março de 1911, quando a família Verschoor, vinda de uma fracassada tentativa de estabelecimento na localidade de Gonçalves Júnior, próximo a Irati, migrou para os Campos Gerais, e aqui iniciou a implantação de um próspero núcleo de colonização. A eles juntaram-se, quase imediatamente, os Vriesman, depois os De Geus, e muitos outros pioneiros mais. Depois disso a história é mais conhecida. Preservando o espírito pioneiro transmitido pelos colonizadores holandeses, em apenas 25 anos de trabalho a Fundação ABC soube transformar-se numa entidade de interesse público nacional e ponto de tornar-se referência no sistema de Plantio Direto -revolucionária técnica de cultivo desenvolvida na região que mudou a maneira de fazer agricultura no país.
Comemorações - Em comemoração pela passagem de seu Jubileu de Prata, a entidade realizou no último sábado (24/10) um grande evento, reunindo cerca de 300 convidados em sua sede administrativa ( km 388 da rodovia PR 151), durante o qual promoveu diversos atos, prestigiados pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, senador Osmar Dias, presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, deputados, prefeitos, vereadores, lideranças regionais, produtores rurais, representantes de empresas parceiras, funcionários e seus familiares.
Homenagens - A primeira homenageada foi a própria história da entidade, que ganhou registro definitivo com o lançamento do livro "Fundação ABC -25 anos de pesquisa a serviço do produtor", resultado de pesquisas, entrevistas e levantamento de dados realizados pelo jornalista Edison Lemos. Com 152 páginas, amplamente ilustrada, a obra resgata a história da jornada de construção, lutas e sucesso percorrida pela organização desde 1984 aos dias atuais. Fez-se também o lançamento do livro "Arranjo de Plantas de Milho para Produção de Grãos", resultado do trabalho de pesquisadores de diversas áreas da Fundação ABC, organizado pelo pesquisador Rudimar Molin. Outro ato significativo foi a entrega de troféus a ex-presidentes, ao mais antigo funcionário, a ex-colaboradores e empresas parceiras.
Placa comemorativa - O ministro Reinold Stephanes e o presidente da Fundação ABC, Luciano Dias Carneiro Klüppel fizeram o descerramento de uma placa comemorativa aos 25 anos, fixada na entrada do prédio da entidade. O senador Osmar Dias e o presidente da Cooperativa Castrolanda, Frans Borg, inauguraram a "Galeria dos Presidentes", no saguão do prédio principal. O superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken e o presidente da Cooperativa Batavo, Renato Greidanus, inauguraram as novas dependências do Laboratório de Solos e Plantas. O vice-prefeito de Castro, Álvaro Telles, e o presidente da Cooperativa Capal, Albert Salomons, inauguraram as instalações da Estação de Tratamento de Efluentes.
Avanços importantes - Criada para dar suporte ao produtor que migrava de um sistema de produção convencional, com aragens, gradagens e fogo na restava, para um sistema preservacionista, que mantém o solo intacto, protegido e úmido, a Fundação ousou reunir no país, pela primeira vez, pesquisa, extensão, produtor e empresa, dentro de uma só instituição. Coube a ela também, ao longo desses anos "plantar" importantes avanços, como a conscientização sobre o uso de defensivos agrícolas, a validação de máquinas durante dias de campo, a rotação de culturas (o que plantar antes, o que virá depois, qual a época mais recomendada, como fazer), o uso da aveia como palhada para proteção do solo, a introdução da silagem de milho úmido e da silagem pré-secada na alimentação animal, o sistema de plantio direto, e outros avanços...
Diversificação - Ao longo de sua história a Fundação ABC tem se preocupado em buscar respostas não apenas para questões ligadas diretamente ao sistema de produção, como mecanização, controle de plantas daninhas, controle de doenças, controle de insetos, manejo da fertilidade do solo e outras, mas também em promover a integração lavoura/ pecuária, orientando a destinação ecologicamente correta dos dejetos suínos e bovinos no sistema, e buscando mais rentabilidade para o produtor durante o inverno. Aliás, quando a Fundação iniciou suas atividades, há 25 anos, o teto de produtividade em soja na região girava em torno de 2.500 kg/ hectare. Dez anos depois esse teto variava entre 3.000 e 3.500 kg/ hectare, no máximo. Atualmente, há propriedades na região que produzem até 4.500 kg de soja por hectare. A produtividade em trigo também dobrou, e já passa dos 4.000 kg/ hectare.
Integração - Com o foco centrado no produtor, buscando sempre a inovação e as informações que possibilitem a utilização mais eficiente dos fatores de produção, como insumos, defensivos, fertilizantes e genética, a Fundação ABC cumpre um papel estratégico relevante na agropecuária dos Campos Gerais. Atualmente, as cooperativas Arapoti, Batavo e Castrolanda, suas mantenedoras, mais a Coopagrícola, de Ponta Grossa, e Holambra Paranapanema, se beneficiam das técnicas e sistemas por ela desenvolvidos, garantindo uma atualização técnica constante de seus cooperados, que cultivam uma área de 320 mil hectares e mantém uma bacia leiteira de aproximadamente 1 milhão de litros diários.
Pesquisa - A Fundação ABC hoje conta com pesquisadores nas áreas de: Agrometeorologia, Defesa Vegetal, Fertilidade de Solos, Fitotecnia, Fitopatologia, Entomologia, Herbologia, Mecanização Agrícola, Forragicultura, e Sistemas de Informação. Conta também com Laboratório de Informações Geográficas e Banco de Dados, Laboratório de Análises de Solos, Plantas e Micotoxinas, e Laboratório de Fitopatologia e Entomologia. Recentemente a entidade montou uma área de prestação de serviços em Agricultura de Precisão. Seus campos demonstrativos e experimentais situam-se em Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Arapoti e Itaberá (SP). A Fundação ABC conta atualmente com 100 profissionais em seu quadro de trabalho permanente. (Assessoria da Fundação ABC)