GRIPE AVIÁRIA: Abef pede urgência na adoção de portaria
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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, pediu urgência ontem na adoção da portaria que irá disciplinar regras de prevenção à gripe aviária no País. O dirigente lembrou que o documento foi redigido em conjunto com as entidades do setor durante três reuniões com o Ministério da Agricultura (Mapa) e deveria ter sido assinado em dezembro. O texto - que também con-templa a prevenção à doença de Newcastle - foi remetido à área jurídica do Mapa, que ontem o devolveu à Secretaria de Defesa Agropecuária com algumas perguntas, o que gerou "certa dose de inquietação" entre as indústrias, descreveu Gonçalves.
De mãos amarradas - Embora as grandes empresas já estejam preparadas para adotar as medidas previstas, o dirigente argumentou que os Estados "ficam de mãos amarradas" sem a portaria federal. O texto deveria ter sido submetido à consulta pública por 30 dias, etapa que começaria logo depois da aprovação da portaria pelas entidades do setor, o que ocorreu no dia 12 de janeiro. No entanto, mesmo antes da edição das regras algumas medidas já estão em andamento, como o uso de aparelhos de raio-x nos principais aeroportos para fazer a leitu-ra de bagagens, citou o dirigente. "Nossa preocupação não é com o Mapa estar ou não fazendo, é com o ritmo", enfatizou. As regras restringem, por exemplo, o trânsito de aves descartadas (que já cumpriram o ciclo produti-vo) e de corte. Elas serão abatidas dentro do Estado em que foram produzidas. Também ficam proibidas visitas a granjas e definida uma quarentena antes que visitantes vindos do exterior tenham acesso a plantas industriais.
Aves domésticas - Uma preocupação do setor industrial é a criação de aves de forma doméstica. "Este tipo de criação é fonte de possível contágio com aves migratórias", ponderou o presidente da Abef. A criação industrial não sofre o mesmo risco, pois tem barreiras de proteção, explicou Gonçalves. Indagado se as empresas defen-dem a extinção da criação doméstica, Gonçalves avaliou que "seria racional" eliminar esta atividade para afas-tar riscos, mas disse não saber se a medida seria viável. Na hipótese de ser identificado um foco da doença, o plano prevê o extermínio de aves em uma área de três quilômetros do local. Na fase seguinte, é elaborada uma vacina para ser aplicada nas aves localizadas a até 25 quilômetros de distância, que também são eliminadas, informou Gonçalves. É adotado o vazio sanitário e, após este período, colocadas aves sentinelas no local para comprovar que a doença não está mais presente. Se o monitoramento for bem feito, ele previu que a reação comercial a uma possível ocorrência seria inicialmente de suspensão das vendas, mas elas rapidamente retorna-riam, como ocorreu com Estados Unidos e Canadá após casos de influenza aviária, exemplificou o presidente da Abef.