GRIPE AVIÁRIA: Só seis Estados têm planos de atendimento avançados

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O Ministério da Saúde espera que até abril de 2006 todas as 27 unidades da Federação tenham elaborado seus planos de prevenção contra um eventual surgimento de gripe aviária no País. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, que acompanhou o ministro Saraiva Felipe em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara, seis estados já estão com seus planos de atendimento avançados. O ministro preferiu dedicar todo o seu tempo de exposição inicial para o secretário detalhar aos parlamentares o plano de preparação no País, que está sendo implantado desde 24 de outubro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou decreto interministerial determinando providências para o caso de uma pandemia da gripe.

Vigilância - Segundo o secretário, as ações estão sendo desenvolvidas na área de vigilância epidemiológica, por meio das representações estaduais da Agência Nacional de Saúde. Além disso, o governo federal, em parceria com o governo de São Paulo estão investindo na construção da primeira fábrica de vacinas no País, que deverá estar concluída no final de 2006. A idéia é que essa fábrica produza vacinas contra a gripe aviária e caso ocorram até lá surtos da doença, a fábrica se dedicará exclusivamente na produção de vacinas para combater o vírus. O governo já encomendou também, como estoque preventivo, a importação de 91 milhões de doses de um antiviral, que poderá ser usado em situações emergenciais. (Agência Estado)

Medidas - A expansão do sistema de vigilância epidemiológica da gripe aviária, o investimento para a produção nacional de vacinas e a aquisição de estoque estratégico de antivirais são as principais medidas que vêm sendo adotadas pelo ministério da Saúde para enfrentar uma eventual pandemia da doença. A informação foi divulgada pelo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, e pelo secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, durante audiência pública sobre o assunto, realizada na quinta-feira, 8 de dezembro, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O ministro garantiu que não há motivos para a população se alarmar, nem para deixar de consumir carne de frango. O ministério fortaleceu a pesquisa em 46 postos de saúde e hospitais sobre os focos de gripes no país, para criar um banco de dados confiável sobre os tipos de vírus que têm infectado a população. O governo também fecha acordos com laboratórios para passar a produzir nacionalmente remédios e vacinas.

Recursos - Segundo dados apresentados pelos dois representantes, o ministério da Saúde repassou R$ 3,1 milhões para equipar uma instalação no Instituto Butantan, do estado de São Paulo, que estará pronta para a fabricação de vacinas já no início do próximo ano. No entanto, o ministro Saraiva Felipe afirmou que não é possível antecipar a produção já que a transmissão do vírus entre pessoas pode se dar a partir de sua alteração genética, o que exigiria um novo medicamento. O ministério da Saúde também acertou a compra de 91 milhões de doses do antiviral Tamiflu, o que possibilita a realização de 9,1 milhões de tratamentos. Para isso, serão investidos R$ 193 milhões. O Tamiflur, utilizado para qualquer subtipo do vírus da gripe, demonstrou boa capacidade tanto no tratamento quanto no bloqueio da gripe aviária. Segundo o ministro, o Brasil será o único país na América do Sul que terá estoque do medicamento.

Esclarecimentos - A audiência proposta pelos deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), presidente da FPAA (Frente Parlamentar de Apoio à Agricultura); Odacir Zonta (PP-SC), presidente da Frencoop (Frente parlamentar do cooperativismo) e por Ronaldo Caiado (PFL-GO), presidente da Comissão; queriam esclarecimentos sobre as providências que estão sendo tomadas para evitar que um surto de gripe aviária chegue ao Brasil. O técnico do ministério lembrou que o Plano Brasileiro de Preparação para a Pandemia de Gripe começou a ser elaborado em dezembro de 2003. Em outubro deste ano, foi criado um grupo de trabalho interministerial, coordenado pelo ministério da Saúde, para a sua execução de forma integrada. "Esse plano nos coloca em posição de vanguarda em relação a providências tomadas diante da possibilidade de chegada do vírus ao País e de transmissão entre pessoas, o que ainda não ocorreu", disse Saraiva Felipe. (Gabinete deputado Moacir Micheletto)

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