IBGE I: Crise ajudou a conter a inflação de 2009, diz Instituto

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A crise econômica "ajudou muito a conter a inflação em 2009", segundo avalia a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Ela explica que, com a crise, houve redução da demanda internacional por alimentos, o que evitou maiores reajustes nesses produtos no mercado interno e, além disso, houve influência também do dólar mais baixo sobre os preços de vários produtos.

Medidas governamentais - Eulina citou também que as medidas governamentais para reduzir os efeitos da crise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para vários produtos, também ajudaram a conter a inflação no ano. Segundo divulgou hoje o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 ficou em 4,31%, variação bem inferior à apurada em 2008 (5,90%). Entre as principais quedas de preços no ano passado, figuram itens diretamente influenciados pela redução do IPI, como automóvel usado (-11,90%), eletrodomésticos (-4,85%) e automóvel novo (-3 62%).

Alimentos - A coordenadora destacou também a importante contribuição para conter a inflação dada pelo arroz e o feijão, principais alimentos na mesa dos brasileiros. No acumulado de 2009, o feijão preto registrou queda de 44,29% nos preços, enquanto o feijão carioca teve deflação de 35,85%. O arroz registrou variação negativa de 13,14%. Segundo Eulina, esses produtos foram influenciados pela safra elevada, que aumentou a oferta desses itens no mercado doméstico, evitando reajustes.

Itens administrados - Os itens administrados e monitorados tiveram mais peso na inflação medida pelo IPCA em 2009 do que no ano anterior, segundo Eulina. De acordo com ela, esse grupo de produtos contribuiu com 1,24 ponto porcentual para a inflação de 2009, após dar uma contribuição de 0,99 ponto porcentual na taxa anual de 2008. Entre as principais variações nesse grupo em 2009 estão as passagens aéreas (31,88%), plano de saúde (6,38%), ônibus intermunicipal (6,21%), remédios (5,83%), energia elétrica residencial (4,68%) e telefone celular (2,54%). Eulina explica que os preços administrados e monitorados têm como característica "carregar" a inflação do ano anterior, já que muitas vezes são indexados por índices inflacionários. (Agência Estado)

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