IBGE: Indústria do PR tem o melhor desempenho do país em maio
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Após a ressaca do mês de abril, a produção da indústria paranaense mostrou uma forte recuperação e apresentou em maio um crescimento de 17,7% - o maior índice apurado no país durante o período. Na comparação com maio de 2009, a produção do estado teve alta de 31,3%, o oitavo resultado positivo consecutivo e também o mais elevado desde agosto de 2003. A sequência de bons números é expressiva, mas está muito atrelada à recuperação dos níveis de produção que haviam sido prejudicados pela crise econômica internacional deflagrada em 2008. A expectativa de safra recorde, por sua vez, impulsiona ainda mais os resultados paranaenses, uma vez que a economia estadual tem uma forte base rural. Os números foram divulgados ontem na pesquisa industrial mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Oscilação - Vale ressaltar que a produção industrial do Paraná tem oscilado bastante nos últimos meses. Em março, o crescimento da produção no estado já havia sido bem superior à média nacional, mas ela foi seguida por uma acentuada queda em abril. "Os índices paranaenses têm um comportamento bastante incomum em comparação com os números apurados no restante do país. Enquanto os outros estados costumam acompanhar mais de perto os índices nacionais, no Paraná os números caminham meio descolados, com forte variação de mês para mês", analisa Fernando Abritta, economista da coordenação de indústria do IBGE. Apesar das oscilações, o Paraná segue, no acumulado do ano, com um resultado positivo de 15%, em linha com a recuperação nacional.
Atividades - Ainda segundo o IBGE, 13 das 14 atividades pesquisadas apresentaram crescimento no Paraná. Um dos maiores responsáveis pelos bons números registrados no estado foi o setor de edição e impressão (106,2% em relação ao mês de abril), impulsionado sobretudo pela confecção de livros. Parte desse resultado denota a recuperação do setor, que apresentou números bem menos favoráveis em abril. Outro segmento que contribuiu positivamente para o resultado foi o de veículos automotores (55,5%), com foco na produção de caminhões. Também merece destaque o segmento de máquinas e equipamentos (52,5%), onde tratores agrícolas, colheitadeiras, maquinário para a cadeia de papel e celulose e refrigeradores tiveram aumento considerável de produção.
Agronegócio - acordo com o coordenador do curso de Economia do FAE Centro Universitário, Gilmar Mendes Lourenço, os bons resultados indicam o excelente momento que vive o setor de agronegócios no Paraná. "O estado vem produzindo muito no campo e deve ter uma outra safra recorde agora em 2010. Isso implica no aquecimento de toda a cadeia produtiva", explica. Não à toa, dois dos setores que apresentaram os maiores índices de crescimento - veículos e máquinas e equipamentos - têm forte ligação com o setor agrícola. No Paraná, Case New Holland e Volvo são habituais fornecedores de tratores, colheitadeiras e caminhões para os produtores rurais.
Negativos - Na contramão dos números gerais do Paraná, figuram os resultados negativos do refino de petróleo e produção de álcool (-2%), prejudicados pela menor produção de óleo diesel, GLP e álcool. Para o economista Fernando Abritta, do IBGE, o desempenho desfavorável pode ser um simples ajuste nos níveis de produção das usinas e da Repar, refinaria localizada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. "É comum que uma companhia que tenha produzido muito num mês diminua sua intensidade produtiva no outro", diz o economista. (Gazeta do Povo)