INDÚSTRIA: CNI redução no crescimento da exportação de manufaturados
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Estudo divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que a valorização do real tem reduzido o ritmo de crescimento das exportações, principalmente dos produtos manufaturados, que muitas vezes têm o maior valor agregado. A taxa de crescimento do volume de produtos exportados caiu de 30% ao ano em 2004 para 7% no primeiro trimestre de 2006. De acordo com a análise, a perda de dinamismo das exportações é reflexo da queda de rentabilidade dos produtos exportados. Enquanto o real valorizou-se 37% em relação ao dólar, a rentabilidade das exportações reduziu 25,6% entre 2003 e 2005.
Rentabilidade - No primeiro trimestre de 2006, o índice de rentabilidade das exportações, calculado pela Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), caiu 6,7% em relação ao mesmo período de 2005. O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que essa queda na rentabilidade das exportações desestimula novos investimentos no mercado externo. "O receio é de que isso comprometa o crescimento futuro das exportações e, portanto, o crescimento da economia", afirmou.
Pequenos - O estudo aponta ainda que, na indústria de transformação, as empresas mais afetadas pela valorização do câmbio são as de micro, pequeno e médio portes. A redução de empresas exportadoras, segundo a pesquisa, está concentrada entre as que faturaram até US$ 100 mil anuais. A queda de empresas que exportaram até US$ 10 mil foi de 23,5% de 2004 para 2005. Entre as que faturaram entre US$ 10.001 e US$ 100 mil, a redução foi de 8,6%. Por outro lado, nesse mesmo período, houve crescimento de empresas exportadoras que faturam mais de US$ 100 mil.
Câmbio - "As exportações no Brasil já são muito concentradas nas grandes empresas e isso tem se intensificado ainda mais em conseqüência da valorização cambial", afirma Paulo Mol, economista da CNI. Entre os setores com mais peso na pauta de exportações do país, o de alimentos e bebidas e o de metalurgia básica foram os mais prejudicados com a valorização cambial. No setor de alimentos e bebidas, o ritmo de crescimento das exportações reduziu de 18,3% ao ano em 2004 para 7,2% em 2005. Enquanto que em metalurgia básica, a redução foi de 23,2% para 7,9%. (Folhaonline)