INFORME PECUÁRIO: Boletim traz informações sobre o mercado de carnes e leite
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Foi publicada a edição número 17 do boletim Informe Pecuário, produzido pela Gerência Técnica e Econômica da Ocepar, com dados sobre o mercado de carnes e leite.
1. Mercado - Carne Bovina
1.1. Mercado Externo
Durante mês de maio, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 90,4 mil toneladas de carne bovina in natura, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Estes embarques foram responsáveis pela geração de uma receita de US$ 358,8 milhões, evidenciando retomada nas exportações. Em relação ao mês anterior, o volume foi 15% maior e cresceu 20% em relação a maio de 2009. A receita das exportações de carne bovina in natura de maio foi 19,5% superior aos resultados apurados em abril passado. Na comparação com o mesmo período do ano passado (maio/09) o crescimento registrado foi de 53%.
Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
mai/abr maio
Acumulado
jan - maio
Variação (%)
abr/10
mai/10
mai/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
78,4
90,4
75,1
15,31
20,37
390,3
364,9
6,96
Valor
(milhões US$)
300,2
358,8
234,4
19,52
53,07
1.457,7
1.070,1
36,22
US$/ton
3.828
3.970
3.123
3,71
27,11
3.734
2.932
27,36
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
1.2. Mercado Interno
No mercado interno, os frigoríficos pressionam os preços da arroba, alegando que a exportação não está evoluindo como esperado. Por outro lado, a baixa oferta de animais para abate sustentou as cotações da arroba no final de maio, e esse fator associado a escalas curtas, tem tirado força dos compradores precisam pagar mais para completar suas programações de abate. No final do mês, o indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa retomou registar altas de preços. No acumulado do mês, a variação passou a ser positiva, em 0,31%, com o Indicador a R$ 81,20 a arroba, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
2. Mercado - Carne Suína
2.1. Mercado Externo
As exportações de carne suína, em maio, tiveram queda de volume, mas mantiveram o valor por tonelada exportada. Segundo dados do MDIC, a receita total foi de US$ 107,6 milhões, 15 % superior à de maio de 2009. O volume exportado foi de 39,2 mil toneladas, 15% inferior ao do ano passado. A redução em volume foi resultado de um menor embarque para a Rússia, principal destino das vendas externas de carne suína.
Os totais dos primeiros cinco meses (janeiro-maio) também apresentam a mesma característica: ampliação de receita em 13 %, com um resultado até agora, no ano, de US$ 437,4 milhões e quedo do volume, de 10%.
Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
mai/abr maio
Acumulado
jan - maio
Variação (%)
abr/10
mai/10
mai/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
44,7
39,2
46,4
-12,30
-15,52
190,7
211,9
-10,04
Valor
(milhões US$)
122,7
107,6
94,2
-12,31
14,23
497,1
437,4
13,64
US$/ton
2.743
2.745
2.029
0,04
35,26
2.607
2.064
26,32
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
2.2. Mercado Interno
A relação de troca de suíno vivo por milho em maio está um pouco abaixo do pico verificado em abril - foi a melhor desde 2004 para várias regiões -, mas ainda em patamar bastante vantajoso para o suinocultor, conforme dados do Cepea. Em comparação a maio do ano passado, por exemplo, está 60% melhor. Essa situação confortável dos produtores de carne se deve principalmente aos baixos preços dos grãos; as cotações do suíno, por sua vez, estão em patamar médio. Considerando a média de maio deste ano, com a venda de um quilo de suíno, o produtor da região de Erechim (RS) consegue comprar 9,28 quilos de milho na mesma praça, a segunda melhor relação de troca desde dezembro de 2004. Em Chapecó (SC), um quilo de suíno vivo equivale a 8,89 quilos de milho, a segunda maior troca desde fevereiro de 2005.(Fonte: Cepea - www.cepea.esalq.usp.br)
3. Mercado - Carne de Frango
3.1. Mercado Externo
As exportações brasileiras de carne de frango in natura apresentaram em maio um bom resultado, totalizando 290,3 mil toneladas e, mesmo não tendo repetido o excelente desempenho de março, quando superaram a marca das 300 mil toneladas, ficaram acima da média registrada nos últimos 24 meses (isto é, desde antes da crise econômica) - 271,7 mil toneladas. O volume alcançado em maio significou aumentos de 4% e 9% sobre, respectivamente, o mês anterior, abril de 2010, e o mesmo mês do ano passado, maio de 2009. Houve recuperação também no preço médio, de 0,5%, em relação ao mês anterior, abril de 2010, e aumento de 13% em relação ao mesmo mês do ano passado. Como decorrência, a receita cambial do mês totalizou US$470,451 milhões, aumentando 4,5% e 23,5% sobre, respectivamente, em relação ao mês anterior e o mesmo mês de 2009.
Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
mai/abr maio
Acumulado
jan - maio
Variação (%)
abr/10
mai/10
mai/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
279,1
290,3
265,2
4,01
9,46
1.339,3
1.327,1
0,92
Valor
(milhões US$)
450,0
470,5
381,1
4,56
23,46
2.154,1
1.792,9
20,15
US$/ton
1.612
1.621
1.437
0,53
12,81
1.608
1.351
19,05
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
3.2. Mercado Interno
O frango vivo comercializado no interior paulista registrou, no quinto mês do ano, o menor valor médio de 2010 (R$1,40), apresentando uma queda de preços de, praticamente, 15% em relação ao preço médio de fechamento de 2009. Em maio registrou-se o segundo pior valor nominal dos últimos 13 meses (ou seja, só não inferior ao de setembro de 2009). Neste caso, porém, somente se considerados os valores nominais registrados em um e outro mês. Pois a diferença de 2,2% entre a média de setembro/09 (R$1,37/kg) e a de maio/10 (R$1,40/kg) foi totalmente engolida pela inflação acumulada nesse meio tempo. Isso aceito, não há como negar que em maio foi registrado o pior preço em 13 meses.
4. Mercado - Leite
4.1. Mercado Externo
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação de lácteos, entre 17 e 28 de maio, apresentaram reajuste negativo para a maioria dos produtos lácteos no Oeste da Europa e Oceania, em relação à quinzena anterior.
No Oeste da Europa, o preço médio do leite em pó integral (US$ 3.625/t) apresentou queda de 4% em relação à quinzena anterior, com valores entre US$ 3.450/t e US$ 3.800/t. O valor médio do soro de leite foi de US$ 887,5/t, queda significativa de 17,4% em relação à quinzena anterior, sendo cotado entre US$ 775/t e US$ 1.000/t - foi o maior reajuste entre os valores médios de exportação no Oeste da Europa. O preço médio do leite em pó desnatado foi de US$ 3.087,5/ton, apresentando deflação de 3,1% em relação à quinzena anterior, e seus preços variaram entre US$ 2.975 e US$ 3.200/ton. Os valores médios da manteiga foram US$ 4.650/t, apresentando leve alta em relação à quinzena anterior, de 1,1%.
Na Oceania, o preço médio do leite em pó integral ficou em US$ 3.900/t, com valores entre US$ 3.700/t e US$ 4.100/t, apresentando queda de 3,1% frente à quinzena anterior e mantendo-se superior ao preço médio do Oeste Europeu. O valor médio do leite em pó desnatado recuou 5,6% em relação à quinzena anterior, ficando em US$ 3.400/ton, com preços variando entre US$ 3.000/t e US$ 3.800/t, foi o maior reajuste entre os valores de exportação da Oceania. O preço médio do queijo cheddar fechou a US$ 4.000/t, com valores entre US$ 3.800/t e US$ 4.200/t, apresentando leve queda (1,2%) em relação à quinzena anterior. Os valores médios da manteiga foram de US$ 4.100/t, leve alta de 1,2% em relação à quinzena anterior.
4.2. Mercado Interno
O preço médio do leite pago ao produtor em maio (referente à produção entregue em abril) foi de R$ 0,7984/litro (preço bruto), alta de 5,05% ou de 3,8 centavos por litro em relação ao mês anterior - média nacional do Cepea, que considera os estados: RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. A média atual é 20,5% superior à de maio/09 em termos nominais e quase 34% maior que a de janeiro/10. De janeiro a maio de 2009, o reajuste havia sido de apenas 11%.
Essa nova alta ao produtor decorre novamente da menor captação neste período de entressafra. O clima mais seco e com temperaturas mais baixas prejudica as condições das pastagens. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP/Cepea) recuou quase 2% de março para abril, mas ainda é 4,4% superior ao de abril do ano passado. A captação de leite recuou em quase todos os estados analisados pelo Cepea. A exceção foi Minas Gerais, onde o volume esteve praticamente estável de um mês para outro. No acumulado deste ano, a quantidade de leite captada nos estados desta pesquisa aumentou 3,7% em relação ao mesmo período de 2009. (Fonte: Cepea - www.cepea.esalq.usp.br)