INFORME PECUÁRIO: Boletim traz novo levantamento sobre mercado e produção de carnes e leite

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A Gerência Técnica e Econômica do Sistema Ocepar (Getec) está divulgando a edição número 11 do Informe Pecuário, com dados sobre o mercado e a produção de carnes e de leite. O trabalho é coordenado pelo assessor técnico da Getec, Alexandre Amorim Monteiro.

1. Mercado - Carne Bovina

Mercado Externo

O volume total de carne bovina in natura embarcado ficou em 77,4 mil toneladas, segundo informações do (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). O Brasil arrecadou um total de US$ 276,5 milhões com as exportações de carne bovina in natura de setembro, alta de 7,71% em comparação a agosto. Em agosto, os embarques de carne bovina somaram US$ 256,7 milhões. O volume total de carne bovina embarcado ficou em 77,4 mil toneladas. O preço médio pago pela carne bovina voltou a apresentar valorização. Em setembro, a carne bovina in natura foi negociada a US$ 3.572,2/tonelada, valor 1% superior ao de agosto, de US$ 3.537,1/tonelada. No comparativo com setembro de 2008, o valor por tonelada exportada vem aumentando gradativamente, mas ainda ficou 18,4% inferior ao valor de setembro do ano passado.

 

        Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

set/ago      set

 

Acumulado

jan - set

Variação (%)

 

ago/09

set/09

set/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

72,6

77,4

103,7

 

6,61

-25,36

 

686,9

815,4

-15,76

 

Valor

(milhões US$)

 

256,7

276,5

454,0

 

7,71

-39,10

 

2.170,2

3.171,6

-31,57

US$/ton

 

3.537

3.572

4.378

 

0,99

-18,40

 

3.159

3.890

-18,77

         Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

 

 Mercado Interno

Os preços do boi gordo voltaram a subir no mês de setembro, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Entre 16 e 23 de setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (São Paulo, à vista - CDI) registrou alta de 2,9%, fechando a R$ 78,13. A baixa oferta de animais para abate e a urgência de alguns frigoríficos para preencher escalas levaram compradores de praticamente todas as regiões consultadas pelo Cepea a reajustar o valor pago pela arroba. O Indicador retomou os patamares de meados de agosto, mas continua cerca de R$ 9,00 abaixo do valor nominal de um ano atrás. No Paraná, segundo dados do Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados), a média do boi gordo no mês de setembro ficou em 75,00 R$ por arroba.

 

Produção

Segundo a estatística da Produção Pecuária do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no 2º trimestre de 2009, houve um aumento de 5,5% no número de bovinos abatidos, em relação ao 1° trimestre de 2009. Essa alta quebra uma seqüência de quedas sucessivas iniciada no 3° trimestre de 2008, mas também aponta uma redução de 10,2% com relação ao mesmo trimestre do ano anterior. De abril a junho deste ano foram abatidas 6,844 milhões de cabeças de bovinos. Quando compara-se com o 1° trimestre de 2009, o estado do Paraná registrou o maior crescimento com 27,8%, saltando de 240,7 mil para 307,7 mil  cabeças abatidas.

 

2. Mercado - Carne Suína

Mercado Externo

As exportações de carne suína in natura em setembro de 2009 somaram US$ 105,2 milhões, de acordo com dados do MDIC. O volume exportado de carne suína foi de 51,7 mil toneladas, sendo este volume 29,6% superior ao mês anterior e 21,1% maior que o resultado obtido em 2008. O preço por tonelada apresentou recuperação em relação a agosto, de 2,93%, atingindo o valor de 2.035 US$/ton.

        Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

set/ago      set

 

Acumulado

jan - set

Variação (%)

 

ago/09

set/09

set/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

39,9

51,7

42,7

 

29,57

21,08

 

393,2

379,4

3,64

Valor

(milhões US$)

 

79,0

105,2

143,7

 

33,16

-26,79

 

807,4

1101,8

-26,72

US$/ton

 

1.977

2.035

3.362

 

2,93

-39,47

 

2.053

2.904

-29,29

         Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno         

Os preços do suíno vivo e da carne subiram no mês de setembro segundo dados do Cepea, principalmente nas regiões do Sul do País. A oferta menor que a demanda, verificada em setembro, vem levantando os preços. Essa menor disponibilidade interna, por sua vez, está atrelada ao aumento das exportações de carne suína em setembro, segundo informações do Cepea. Outro fator que tem influenciado as elevações nos preços é a aproximação das festas de final de ano. Agentes de mercado consultados pelo Cepea afirmam que empresas já começam a trabalhar visando a formação de estoques para o fim-de-ano, período no qual a demanda por carne suína tipicamente aquece.

Produção

Segundo a estatística da Produção Pecuária do IBGE, no 2º trimestre de 2009, o abate de suínos registrou variações positivas, tanto em relação ao mesmo período de 2008, quanto ao 1º trimestre de 2009. O número de animais abatidos foi de 7,588 milhões de cabeças, aumento de 4,6% com relação ao 2º trimestre de 2008 e de 3,6% com relação ao 1º trimestre de 2009. O peso total das carcaças abatidas foi de 731,231 milhões de quilos, indicando um aumento de 10,2% com relação ao 2º trimestre de 2008 e de 4,9% com relação ao 1º trimestre de 2009. A principal região do país em abate de suínos é a Sul, concentrando 67,4% do volume nacional. Santa Catarina é o principal estado nesta categoria, abatendo isoladamente 27,9% do total brasileiro. No Paraná o aumento foi de 5,4% atingindo 1,3 milhões de abates, 16,5% do total nacional. O Centro-oeste teve aumento do abate de 20,2%, sobretudo por conta do estado de Mato Grosso (38,7%).

 

3. Mercado - Carne de Frango

Mercado Externo

Mesmo com pequena queda de 0,23% no volumes, as exportações brasileiras de carne de frango de setembro foi inferior às do mês anterior, fato que se repete pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com dados do MDIC. A receita, opostamente, apresentou variação positiva (mas igualmente mínima) de 0,10%. Isso se deveu ao preço médio obtido pelo produto in natura que, no mês, experimentou valorização de 0,37%. Esses resultados são negativos, já que os mesmos continuam inferiores ao mesmo mês do ano passado, o volume embarcado recuou 9,57%, o preço médio 21,62% e a receita cambial 29,12%.

       Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

set/ago      set

 

Acumulado

jan - set

Variação (%)

 

ago/09

set/09

set/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

261,5

260,9

288,5

 

-0,23

-9,57

 

2440

2536,9

-3,82

Valor

(milhões US$)

 

409,5

409,9

578,3

 

0,10

-29,12

 

3518,9

4566,4

-22,94

US$/ton

 

1.566

1.571

2.005

 

0,37

-21,62

 

1.442

1.800

-19,88

        Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno         

A produção de carne de frango aumentou 5% de julho para agosto deste ano, atingindo 1 milhão de toneladas, volume recorde para o setor nacional, conforme dados da UBA (União Brasileira de Avicultura). A combinação de maior produção com diminuição de 9,5% das exportações em agosto resultou em elevação de 11% na disponibilidade interna, estimada em 743 mil toneladas no mês. Com esse nível de oferta, os preços internos do resfriado recuaram da segunda quinzena de agosto até final da primeira semana de setembro, mantendo-se estáveis desde então, de acordo com pesquisas do Cepea. Já o frango congelado, que em agosto apresentou relativa estabilidade, vem desvalorizando em setembro.

Produção        

Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, observou-se queda de 2,4% no abate de frangos, com total de 1,168 bilhões de cabeças, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais (IBGE). Em relação ao o primeiro trimestre houve aumento de 3,8% no número de animais abatidos. O peso total das carcaças abatidas foi de 2,45 milhões de toneladas, indicativo de retração de 4,2% com relação ao segundo trimestre de 2008 e aumento de 4,9% no comparativo com o primeiro trimestre de 2009. No Paraná, com o abate de 309,9 milhões de frango, o 2º trimestre teve aumento de 5,12% em relação ao 1º trimestre, já em relação ao ano anterior se observou um aumento de 1,52%.

 

4. Mercado - Leite

Mercado Externo

As exportações de lácteos brasileiras continuam baixas, em agosto, somaram US$ 11,6 milhões, 8,66% a menos do que o mês anterior. Em relação ao mesmo período de 2008 a retração foi de 68,65% em valor exportado, e de 46,15% no volume. O valor médio por tonelada continua baixo, em 2.049 US$/ton, sendo este 6,9% menor que o mês anterior e 42% abaixo do valor observado em 2008, no mesmo período.

 

 

 

        Tabela 04. Resultados das exportações brasileiras de lácteos (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

 ago /jul      ago

 

Acumulado

jan - ago

Variação (%)

 

jul/09

ago/09

ago/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

 

Volume

(mil ton)

 

5,7

5,6

10,4

 

-1,75

-46,15

 

50,9

92,2

-44,79%

 

Valor

(milhões US$)

 

12,7

11,6

37,0

 

-8,66

-68,65

 

121,7

328,0

-62,90%

 

US$/ton

 

2.203

2.049

3.533

 

-6,99

-42,00

 

2.391

3.557

-32,79%

 

        Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno

Em setembro, o preço do leite pago ao produtor caiu 3,2 centavos por litro, ou 4,1%, na média do RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. No pagamento de setembro, referente à produção de agosto, a média ponderada foi de R$ 0,7426/litro, valor bruto (sem o desconto de 2,3% de CESSR, ex-Funrural, e frete). A fundamentação para as quedas está no aumento do volume do leite recebido pelas empresas e nas fortes desvalorizações de derivados no segmento atacadista.

As maiores quedas foram registradas na região Sul do País e no Rio de Janeiro, onde o recuo foi de 8 centavos/litro. A desvalorização mais acentuada no Sul ocorreu no Paraná, onde o valor pago pelo litro caiu 7,3 centavos, indo para R$ 0,7227. Em Santa Catarina, a média foi reduzida em 6,4 centavos/litro, fechando em R$ 0,6905; no Rio Grande do Sul, com 3,7 centavos a menos, o preço médio foi de R$ 0,7136/litro.    

Produção        

Segundo o Índice de Captação do Cepea, o ICAP-L/Cepea, o volume de leite recebido por laticínios/cooperativas em agosto foi 4,2% superior ao de julho, reduzindo para apenas 0,9% a diferença em relação a agosto do ano passado - em julho, a diferença negativa estava em quase 4%. Porém, no acumulado do ano, ainda registra-se quantidade 5,5% menor que a do mesmo período de 2008.

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