INFORME PECUÁRIO: Boletim traz novo levantamento sobre mercado e produção de carnes e leite

A Gerência Técnica e Econômica do Sistema Ocepar (Getec) divulgou mais uma edição do Informe Pecuário, com dados atualizados sobre o mercado e a produção de carnes e de leite.

Mercado - Carne Bovina

Mercado Externo

De acordo com os dados preliminares divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de carne bovina in natura em outubro de 2009 apresentaram recuperação. No mês de outubro as exportações brasileiras de carne bovina in natura foram de 82.445 toneladas, gerando uma receita de US$ 286,3 milhões. Em relação a setembro, o resultado do volume exportado foi 6,5% maior, e a receita 3,5% superior. Porém os exportadores brasileiros sofrem com a redução do preço médio da carne bovina exportada, que em outubro recuou para US$ 3.472/tonelada, queda de 2,8%, resultado influenciado pela desvalorização do dólar frente ao real.

Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2009/2008).

Valores		Período				Variação (%) out/set      out			Acumulado jan - out		Variação (%)
		set/09	out/09	out/08		2009	09/08		2009	2008	09/08
Volume (mil ton)		77,4	82,4	89,3		6,46	-7,73		769,3	904,7	-14,97
Valor (milhões US$)		276,5	286,3	394,3		3,54	-27,39		2.456,5	3.565,9	-31,11
US$/ton		3.572	3.472	4.418		-2,80	-21,40		3.193	3.942	-18,99

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

 

Mercado Interno

Segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços da arroba caíram no mês de outubro no mercado interno. A pressão exercida pelas escalas mais longas de parte dos frigoríficos resultou em novas baixas. De modo geral, o volume de negócios não tem sido expressivo e a comercialização de lotes nos menores preços dos intervalos, ou em certos casos abaixo deles, levou à queda nas médias diárias. Entre 21 e 28 de outubro, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa acumulou baixa de 1,46%, fechando a R$ 75,18 na quarta-feira, 28. Na parcial de outubro, a queda é de 5,54%.

Produção

Em novembro, dezoito Estados mais o Distrito Federal realizam a campanha contra a febre aftosa: no Sul, vacinam o Rio Grande do Sul e o Paraná; participam do trabalho de imunização todos os Estados do Sudeste e do Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal; no Nordeste, Bahia, Sergipe, Piauí e Maranhão; e na região Norte, os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins. A expectativa no estado do Paraná é superar 90% de imunização contra a febre aftosa, do total de 9,6 milhões de bovinos e bubalinos, na segunda etapa da campanha de vacinação, que começou no 1º domingo do mês, e se estende até o final de novembro. Em maio, durante a primeira etapa, a cobertura vacinal alcançou 96,6% dos animais abaixo de 24 meses de idade.

 

Mercado - Carne Suína

Mercado Externo

Destaque positivo de outubro, as vendas de carne suína do país no exterior somaram 56 mil toneladas e renderam US$ 120,5 milhões, de acordo com dados do MDIC. Em relação a setembro, houve altas de 8,4% e 14,6%, respectivamente, e o preço médio dos embarques foi 5,7% maior. Na comparação com outubro do ano passado, o volume subiu 40,3%, mas o valor dos embarques caiu 6,8%, já que o preço médio foi 33,7% mais baixo.

Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2009/2008).

Valores		Périodo				Variação (%) out/set      out			Acumulado jan - out		Variação (%)
		set/09	out/09	out/08		2009	09/08		set/09	out/09	out/08
Volume (mil ton)		51,7	56,0	39,9		8,32	40,35		449,2	419,3	7,13
Valor (milhões US$)		105,2	120,5	129,3		14,54	-6,81		927,9	1.231,0	-24,62
US$/ton		2.035	2.151	3.242		5,71	-33,65		2.066	2.936	-29,64

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno         

Os preços do suíno vivo e da carne caíram no mês de outubro. Segundo pesquisas do Cepea, o baixo volume de negócios envolvendo o animal tem enfraquecido seus produtos. Devido ao menor consumo, gerado pela queda do poder de compra do consumidor. No entanto, o saldo ainda é favorável aos suinocultores no acumulado de outubro, com valorização de 5,4% entre 30 de setembro e 29 de outubro. No mercado de carnes da Grande São Paulo a situação é semelhante. O preço da carcaça comum recuou 1% em sete dias, cotada a R$ 3,80/kg na quinta-feira, 29. No acumulado do mês, no entanto, a carcaça comum subiu 7,1%.

Produção

A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) confirmou o primeiro caso de H1N1 em rebanho suíno em Taipé, na China. O programa de vigilância da Gripe A (H1N1) do país está em funcionamento desde janeiro de 2009. Sinais clínicos como tosse e diarréia foram observados nos animais afetados, e amostras foram analisadas pelo Instituto de Pesquisa e Saúde Animal de Taipe, os resultados positivos de isolamento do vírus e sequenciamento do gene demonstraram que este surto foi causado por um vírus influenza H1N1. As medidas de controle foram aplicadas ao local, mesmo com os suínos afetados já recuperados, as granjas de suínos num raio de 1 quilômetro da fazenda atingida tem estado sob vigilância permanente e nenhuma evidência clínica ou epidemiológica de infecção foi encontrada. Sete suinoculturas num raio de 3 km da fazenda também têm estado sob vigilância intensiva. A OIE tem implementado medidas de controle, como controle de movimento no interior do país e desinfecção dos locais e estabelecimentos infectados.

Mercado - Carne de Frango

Mercado Externo

As exportações brasileiras de carne de frango voltaram a apresentar recuperação em outubro. Só de produto in natura foram embarcadas no mês, conforme a SECEX/MDIC, 301.440 toneladas, volume que representou incremento de 15,5% sobre o mês anterior. Neste caso, o aumento em relação a outubro de 2008 foi de 6,2%. O preço médio, porém, continua retrocedendo. No mês passado, acabou sendo ligeiramente menor que o de setembro , recuo de 1,9%, o que não impediu aumento de 13,3% sobre a receita cambial do mês anterior. Já em comparação ao mesmo mês do ano passado, a receita cambial de outubro foi 13,7% menor.

Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2009/2008).

Valores		Périodo				Variação (%) out/set      out			Acumulado jan - out		Variação (%)
		set/09	out/09	out/08		2009	09/08		set/09	out/09	out/08
Volume (mil ton)		260,9	301,4	283,9		15,52	6,16		2.741,5	2.820,9	-2,81
Valor (milhões US$)		409,9	464,5	538,1		13,32	-13,68		3.983,6	5.104,5	-21,96
US$/ton		1.571	1.541	1.895		-1,94	-18,71		1.453	1.810	-19,70

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno         

Os preços da carne de frango recuaram no mercado interno no mês de outubro. De acordo com pesquisas do Cepea, a oferta interna superou a procura, devido à maior disponibilidade de carne por parte de frigoríficos menores. Agentes estavam na expectativa de aumento nos preços da carne em outubro, o que não se confirmou. Dessa forma, frigoríficos que haviam reforçado seus estoques optaram por ofertar o produto na tentativa de evitar maiores custos com armazenamento. O resultado foi a intensificação das quedas, já que vinham sendo observadas. Entre 29 de outubro e 5 de novembro, o preço do frango congelado recuou 0,8% no atacado de Chapecó (SC), passando para R$ 2,89/kg na quinta-feira, 5.

 

Produção        

Nas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA, praticamente três quartos do comércio mundial de carne de frango em 2010 estará nas mãos de apenas dois países, Brasil e EUA. A maior parcela, 40% do total, estará sob a responsabilidade do Brasil.

Do um quarto restante, quase 20% estarão distribuídos entre quatro países ou bloco de países: União Européia, com 8,63% do total; Tailândia, com 5,04% do total; China, com 3,05% do total; e Argentina, com 2,45% do total.

Se as projeções do USDA (que não incluem o comércio de patas de frango) se confirmarem, a participação brasileira estará aumentando 4,20% em relação ao previsto para 2009, enquanto a norte-americana sofrerá redução de 6,42%.

Mercado - Leite

 

Mercado Externo

As exportações de lácteos brasileiras, em setembro, somaram US$ 8,3 milhões, 28,8% a menos do que o mês anterior. Em relação ao mesmo período de 2008 a retração foi de 88,1% em valor exportado, e de 76,96% no volume. O valor médio por tonelada continua baixo, em 2.071 US$/ton, mesmo sendo este 1% maior que o mês anterior e 41,7% abaixo do valor observado em 2008, no mesmo período.

Tabela 04. Resultados das exportações brasileiras de lácteos (2009/2008).

Valores		Périodo				Variação (%) set/ago      set			Acumulado jan - set		Variação (%)
		ago/09	set/09	set/08		2009	09/08		ago/09	set/09	set/08
Volume (mil ton)		5,6	3,9	17,1		-29,48	-76,96		54,8	109,4	-49,93
Valor (milhões US$)		11,6	8,3	69,4		-28,86	-88,12		130,0	397,4	-67,29
US$/ton		2.049	2.071	3.558		1,09	-41,78		2.373	3.632	-34,67

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

Mercado Interno

O levantamento mais recentes de preços pagos aos produtores de leite realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostra que houve queda de quase 4,5 centavos por litro, ou de 5,95%, de setembro para outubro, referente à produção entregue em setembro. Esses números se referem à média ponderada por estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. Os fatores para a desvalorização em outubro continuam os mesmos dos do mês anterior, quando o valor médio recuou mais de 3 centavos: maior produção e queda nos preços dos derivados. Para os derivados, considerando-se o mercado atacadista do estado de São Paulo, as quedas têm sido sucessivas para os principais produtos pesquisados pelo Cepea. O leite UHT já acumula desvalorização de 33,76% na parcial deste semestre, o queijo mussarela, de 19,6%, o leite pasteurizado, de 12,41%, e o leite em pó (embalagem de 400g), de 6,5%. O UHT no atacado paulista teve média de R$ 1,41/litro em setembro - em junho deste ano esse produto era negociado a R$ 2,13/l (em termos nominais).

 

Produção        

Depois de 12 meses apresentando volume captado menor que o de igual mês do ano anterior, em setembro, o total captado por laticínios/cooperativas amostrados pelo Cepea foi 2,9% maior que o de setembro de 2008. De agosto para setembro deste ano, o aumento no volume de leite captado ultrapassou 5%. Mesmo assim, no acumulado de 2009, o volume ainda é 4,5% menor que o do mesmo período do ano passado. Mesmo que o ritmo de aumento na captação de leite se mantenha em 5% ao mês para os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, o acumulado de 2009 ainda será 0,65% menor que o de 2008. Segundo pesquisadores do Cepea, a possível menor captação em 2009 está atrelada ao baixo volume produzido no início do ano - o volume captado nos quatro primeiros meses de 2009 foi 7% inferior ao dos quatro primeiros meses de 2008.