INSUMOS I: Caem uso e preços de fertilizantes
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O balanço das entregas de fertilizantes no mercado interno deve demonstrar a reversão do crescimento das entregas verificado no primeiro trimestre do ano. De acordo com estimativas do setor, em abril a indústria entregou pouco mais de um milhão de toneladas de insumos - "entre 1,05 milhão de toneladas e 1,1 milhão" -, no mês anterior foram 1,41 milhão de toneladas. Ou seja, cerca de 300 mil toneladas de fertilizantes deixaram de ser aplicadas no campo. De janeiro a abril, já são quase dois milhões de toneladas a menos, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Análise - O analista da Scot Consultoria Rafael Ribeiro de Lima Filho, analisa que, passadas as compras para o plantio da safrinha, essa retração das negociações de fertilizantes no mercado doméstico tende a se acentuar, "pelo menos até o início do segundo semestre". Com uma demanda menor, os preços dos fertilizantes nitrogenados caíram pelo segundo mês consecutivo, aponta levantamento da Scot.
Dados - De acordo com os dados da consultoria, em maio, as cotações dos fertilizantes nitrogenados tiveram queda média de 8,40%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. No caso do nitrato de amônio, o recuo nas cotações foi superior a 13% - a tonelada do nutriente está sendo vendida a R$570. Já o preço da uréia caiu quase 9% desde março e a tonelada do insumo é comercializada a R$780,00, valor 26% menor que no mesmo período do ano passado. O sulfato de amônio também está mais barato. Atualmente, o produto custa cerca de R$ 500 a tonelada, ou seja, 25% menos que em maio de 2008.
Mercado interno - Ainda de acordo com análise de Lima Filho, até o próximo mês, os preços dos fertilizantes no mercado interno devem continuar em baixa. A tendência que deve ser revertida a partir de julho, quando do aquecimento do mercado com as compras de insumo para o início do plantio da safra 2009/10. "A questão é a disponibilidade de recurso", em função da queda da rentabilidade do produtor, "e espaço adequado para armazenar o fertilizante", conjectura o analista.
Resistência - O único nutriente, cujo preço não se moveu, apesar da queda da demanda, é o cloreto de potássio granulado, cotado a R$1.720 a tonelada, alta de 4,25% em relação ao mês passado. Segundo Rafael, este é o maior preço verificado nos últimos dez anos. Apesar da queda da demanda por fertilizantes em abril, com o fim do plantio da safrinha, os preços dos potássicos não caíram no mercado interno, em função "dos altos valores registrados no mercado internacional. No curto e médio prazos, o preço do cloreto de potássio deve permanecer estável", prevê o analista. Segundo ele, além de uma oferta mais controlada do insumo nos países produtores, o mercado internacional está aquecido com o plantio da safra norte-americana. (Gazeta Mercantil)