INSUMOS II: Recuperação tardia também no exterior

  • Artigos em destaque na home: Nenhum
A demanda mundial por fertilizantes nitrogenados e fosfatados se recuperou em relação ao ano passado, informou a norueguês Yara International ASA, maior fabricante mundial de adubos. Segundo a empresa, as entregas globais das companhias às revendas cresceram 10% no terceiro trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2008.

Fundamentos - "Os fundamentos econômicos de longo prazo" ainda estão "sólidos" devido ao persistente crescimento do consumo mundial de grãos, afirmou a Yara, que chegou a registrar uma queda de 89% em seus lucros depois do colapso dos preços dos fertilizantes, a partir de setembro do ano passado, quando houve o aprofundamento da crise financeira.

Marcado mais apertado - "O mercado estará mais apertado até os primeiros meses de 2010, porque os volumes [da demanda] deverão se recuperar", disse Hans-Erik Jacobsen, analista da First Securities ASA de Oslo (Noruega), que orienta os investidores a comprar ações da Yara. "Em outras palavras, os preços estarão mais altos do que os que vimos em 2009. O ano que vem e 2011 deverão ser mais 'normais' em termos de margens e volumes, e isso vai aumentar os lucros de forma bastante considerável."

Situação atual - Hoje, porém, a situação ainda é mais difícil para as empresas, já que os agricultores reduziram o uso de fertilizantes depois que a recessão mundial diminuiu a demanda por alimentos. A Terra Industries Inc. reportou ontem que suas vendas no terceiro trimestre foram inferiores às estimativas dos analistas. Já a Potash Corp. of Saskatchewan Inc., líder do segmento de potássicos, informou em outubro que vai desativar quase 50% de sua capacidade de mineração e demitir até 700 funcionários.

Compras - "Os produtores rurais estão expandindo suas compras de fertilizantes, mas as entregas na Europa e América do Norte continuam contidas pelos distribuidores, ainda pouco dispostos a formar estoques para as aplicações da primavera", disse Joergen Ole Haslestad, principal executivo da Yara, no comunicado da empresa. No Hemisfério Norte, a primavera vai de março a junho.

Produção reduzida - A empresa informou, também, que vai reduzir a produção de nitrogênio, fósforo e potássio - o trio NPK, base para a produção de adubos - em 30% no trimestre atual. Os custos com energia deverão cair em US$ 220 milhões no período, conforme a Yara. "As vendas de NPK ainda estão sendo inibidas pelos preços não-competitivos fixados para a potassa; nessa situação, os compradores detêm a demanda, na expectativa de queda ainda maior dos preços da potassa", observou a companhia. (Valor Econômico)

Conteúdos Relacionados