LEITE II: EUA admitem rever subsídio a lácteos
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Os Estados Unidos sinalizaram ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC) que estão prontos para discutir a retirada de subsídios à exportação de lácteos se a União Europeia (UE) fizer o mesmo. A posição americana foi provocada por uma cobrança do Brasil, em nome do G-20, contra a reintrodução de subsídios à exportação de lácteos pelos dois gigantes do comércio mundial.
Reclamação - O embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, reclamou diante dos 153 países-membros que o retorno desses subsídios significava um rompimento do acordo dos líderes do G-20, para os países não adotarem novas medidas que deturpem o comércio internacional em meio à maior crise econômica e financeira global.
UE - A UE, primeira a reintroduzir a subvenção para se livrar de enormes estoques de leite, argumentou que só reativou um antigo programa. Azevedo retrucou que, por essa lógica, os países em desenvolvimento podiam justificar a elevação de tarifas de importação, já que estas também foram mais altas no passado.
Contraposição - A delegação dos EUA disse que Washington só reintroduziu os subsídios para exportar lácteos para se contrapor à ação dos europeus, que estava deslocando o produto americano em outros mercados. China, Argentina, México, Egito, África do Sul, Austrália e outros países apoiaram a reclamação brasileira, chamando a atenção para o "efeito dominó" de medidas protecionistas, quando o comércio global segue em queda livre.
México - O México observou que tem acordos de livre comércio com os EUA e a UE, e ambos exportam seu leite subsidiado livre de tarifas para o mercado mexicano, em detrimento do produtor local. Para surpresa de alguns analistas, os EUA se declararam então dispostos a conversar com os europeus para retirar os subsídios à exportação de lácteos. (Valor Econômico)