MEIO AMBIENTE: Primeiro debate do Águas do Amanhã foca o poder público
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Cerca de 150 pessoas ligadas a entidades governamentais compareceram na última quarta-feira (04/08) ao Teatro HSBC, em Curitiba, para prestigiar o primeiro fórum Águas do Amanhã: Poder Público, que discutiu o futuro da Bacia do Alto Iguaçu. Este foi o primeiro de quatro encontros temáticos que devem ocorrer ao longo do ano. Os próximos serão: Sociedade Civil (programado para 23 de setembro, a princípio); Agricultura e Indústria (outubro); e Comércio e Serviços (novembro). Ao todo, 57 instituições - entre elas: Prefeitura de Curitiba, governo do estado, Ministério Público e prefeituras da região metropolitana - enviaram representantes para este primeiro fórum, que durou das 8h30 às 19h30.
Boas discussões - O encontro, de modo geral, gerou boas discussões e provocou uma autorreflexão do próprio poder público sobre seu papel na questão ambiental e a necessidade de se trabalhar conjuntamente para solucionar os problemas. Outro destaque foi a participação dos internautas, que puderam mandar suas perguntas via Twitter e Facebook.
Caminho -Inédito, o debate revelou que alinhar estratégias entre órgãos públicos, inclusive de diferentes esferas de governo, não é tarefa fácil. Porém, todos concordaram que este é o único caminho a seguir para se resolver de fato os problemas. A promessa é de que o diálogo entre as diversas entidades públicas melhore. "Tivemos a participação de mais de 50 instituições, com pessoas chaves no processo decisório das questões ambientais e de recursos hídricos do estado e da região metropolitana de Curitiba. Todos debateram com franqueza e de forma aberta o tema. Considero que atingimos com sucesso nossos objetivos para este fórum. Vamos ter outros mais e quase um ano de projeto pela frente, onde os avanços ocorrerão naturalmente", avalia Eduardo Gobbi, coordenador técnico do Águas do Amanhã.
Documento - Apesar de ser difícil se chegar a um acordo mútuo entre tantos atores logo em um primeiro encontro - ainda mais em se tratando de uma discussão tão ampla -, os participantes do Fórum Águas do Amanhã: Poder Público decidiram conjuntamente elaborar um documento a ser entregue, em 15 dias, aos candidatos ao governo do estado. Nesse documento, haverá uma série de sugestões técnicas, que poderão direcionar a política de saneamento do Paraná nos próximos anos.
Base institucional - Outra conclusão da coordenadoria técnica do projeto e dos órgãos públicos presentes foi de que não se criaria nenhum comitê ou qualquer tipo de estrutura organizacional ou política paralela às já existentes. Ou seja, a ideia é aproveitar o que se tem. "Este assunto deverá ser aprofundado no forum com a sociedade civil organizada. Vamos ser responsáveis e trabalhar em consonância com a base institucional já existente. O que faremos é continuar informando a sociedade, de forma que possamos incorporar as contribuições dela no processo decisório e mostrar que a responsabilidade cabe a cada cidadão", explica Gobbi.
Parceria - Outra proposta surgida durante o fórum foi a de aposta em projetos-piloto, em que diversos órgãos públicos - e quem sabe outros setores da sociedade - possam trabalhar em parceria. "Em parceria com os órgãos governamentais vamos definir bacias experimentais, que possam servir de demonstração para todos de que as coisas podem avançar e melhorar. Nestas bacias, faríamos ‘exercícios' de trabalho compartilhado, que poderão ser, no futuro, replicados para todo o restante do território. As bacias devem ser escolhidas através de uma lógica técnica", revela Gobbi.
Expectativa - A partir dos frutos colhidos, o coordenador do projeto diz que a expectativa para os próximos encontros técnicos é a melhor possível. "Várias instituições governamentais que participaram já demonstraram interesse em ajudar na condução e vão participar do planejamento do fórum da sociedade civil. Vamos procurar melhorar a dinâmica, de maneira que possamos extrair, da melhor maneira possível, informações relevantes para o Águas do Amanhã", conclui. (Gazeta do Povo)