MERCADO: Analistas prevêem turbulência

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Os investidores devem se preparar para novos dias de turbulência neste mês, alertam os analistas. Os fatores que trouxeram instabilidade ao mercado doméstico e ceifaram a rentabilidade de alguns ativos financeiros em maio continuam presentes e devem provocar oscilações em junho. ''A fonte primária da volatilidade permanece: é o Fed (o banco central dos EUA), que tem dado sinais de ter muitas dúvidas sobre o rumo da inflação corrente americana e, portanto, do limite de alta dos juros'', observa Darwin Dib, economista sênior do Unibanco. Para a RC Consultores, o clima adverso nos mercados deve durar pelo menos um mês, até a realização da próxima reunião do Fomc (o Copom americano), marcada para 29 deste mês. ''O crescimento desequilibrado da economia americana, ancorado na evolução dos déficits gêmeos - fiscal e comercial- é o principal fator de risco do mercado internacional'', diz Fábio Silveira, economista da RC consultores.

Globalização - Desde os anos 1990, com a inserção da economia brasileira no mercado global, o país é sacudido por eventos externos. ''A novidade, desta vez, foi o tamanho do impacto sobre o câmbio e os juros futuros'', afirma Dib. A razão da forte oscilação desses mercados locais, segundo ele, foi o peso que ganharam os investimentos de estrangeiros em títulos do Tesouro Nacional desde que o governo isentou esses investidores de Imposto de Renda. Até abril, segundo dados do Banco Central, os investimentos de estrangeiros em renda fixa no país, giraram US$ 6,5 bilhões líquidos (diferença entre aplicações e resgates) entre fevereiro e abril. O estoque total de aplicações de estrangeiros no mercado local de renda fixa chegou a US$ 10,5 bilhões em abril. Quando esses investidores se assustaram com a possibilidade de os juros americanos subirem mais e buscaram migrar para os títulos do Tesouro dos EUA, de menor risco, a porta de saída ficou estreita. O resultado foi a forte oscilação no câmbio durante duas semanas e a desvalorização dos Títulos do Tesouro Nacional indexados à inflação, as NTN-Bs.

Intervenção - Além disso, o Banco Central havia feito uma pesada intervenção no mercado de câmbio na primeira quinzena de maio, comprando US$ 4 bilhões em duas semanas. ''Quando a crise se agravou, esses US$ 4 bilhões fizeram falta para dar saída aos investidores estrangeiros'', observa Dib. (Folha de Londrina)

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