MILHO: Cadeia produtiva discute situação do setor e governo anuncia leilões
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A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Milho e Sorgo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fez uma reunião no último dia 18/10, com todos os segmentos do setor, na Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo, para analisar a atual situação do mercado de milho e as suas necessidades até o início da colheita da nova safra. De um lado, os consumidores pressionavam por preços mais baixos. De outro, os produtores buscavam preços melhores, pois o milho vem trazendo prejuízos aos agricultores. O gerente Técnico e Econômico da Ocepar, Flávio Turra, participou do encontro. Segundo Turra, somente neste último mês o preço do milho subiu cerca de 15%, o que gerou grande preocupação entre os consumidores. Eles solicitaram então ao ministério a liberação do estoque de 3,6 milhões de toneladas do produto. Os Estados com maior volume de estoque são Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Ações definidas - Ao final da reunião ficou decidido que o governo vai adotar medidas de proteção ao produtor de milho, em locais onde o preço está abaixo do mínimo (aí incluídos Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), Prêmio Equalizador ao Produtor (Pepro) e AGF – Aquisições do Governo Federal). Para a ponta do consumidor, ficou decidido que a partir de 7 de novembro serão feitos leilões dos estoques. Turra destacou que a posição da Ocepar era que o governo postergasse um pouco mais sua entrada no mercado. Turra disse que o milho será vendido a R$ 17,35 a saca em novembro (próximo dos valores do mercado), aumentando nos meses seguintes em R$ 0,35 por mês. De acordo com ele, se o produtor acabar sendo penalizado, será feita nova reunião para ajustes nos leilões.
Preços - Segundo o Mapa, o milho está sendo vendido acima de R$ 14 a saca de 60 kg na maioria dos estados produtores. As exceções são os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. No MT, onde o preço mínimo é de R$ 11 a saca, o mercado está pagando abaixo desse valor. Já no MS, os preços são inferiores ao mínimo de R$ 14. Com a reunião, com todos os setores da cadeia produtiva do milho, o Mapa pretende evitar problemas de abastecimento durante a entressafra e apoiar a comercialização da próxima safra.
Governo atua no mercado - O governo prepara novos leilões de milho para garantir preço mínimo no Mato Grosso e melhorar o abastecimento do grão nos demais estados brasileiros. As operações foram definidas esta semana, em São Paulo, em reunião da Câmara Setorial de Milho e Sorgo, que reúne representantes de toda a cadeia produtiva. E vão totalizar, inicialmente, 300 mil toneladas. O secretário de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Edílson Guimarães, informa que o primeiro leilão será realizado no dia 26 de outubro, quando serão ofertadas 100 mil toneladas de milho, oriundas do Mato Grosso. Desse total, 50 mil toneladas serão leiloadas por meio de Prêmio de Escoamento de Produto e 50 mil por meio de Prêmio Equalizador ao Produtor (Pepro). “O objetivo é garantir preço mínimo de R$ 11/saca 60 kg naquele Estado e aumentar o abastecimento nos principais mercados consumidores, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, destaca Guimarães. O Mato Grosso terá ainda, este mês, R$ 60 milhões para Aquisições do Governo Federal (AGF), o que viabilizará a compra de 330 mil toneladas.
Outro leilão - Um segundo leilão, também no dia 26, irá ofertar estoques de milho do próprio governo, oriundos de Goiás e destinados a abastecer os mercados do Norte, Nordeste, norte de Minas Gerais e Espírito Santo. Serão disponibilizadas 30 mil toneladas do grão através de Valor de Escoamento de Produto (VEP). Para o dia 7 de novembro está programado leilão de venda de milho com oferta de produto físico, o que irá aumentar a disponibilidade do grão para produtores de frangos e suínos. Serão ofertadas 170 mil toneladas, oriundas de São Paulo (40 mil), Minas Gerais (20 mil), Goiás (60 mil) e Paraná (50 mil). O preço referencial de abertura do leilão está fixado em R$ 17,35/saca. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciará, ainda, vendas de milho em balcão para pequenos produtores, que possuem dificuldades de acesso aos leilões. Eles poderão adquirir um volume máximo de 10 toneladas/mês, mas o aumento desse limite está em estudo pelo governo. O total de milho em estoque, pelo governo, é de 3,7 milhões de toneladas. (Com informações do Mapa)