MILHO II: Meta só é viável com apoio do governo

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O Brasil exportou no ano passado 7,8 milhões de toneladas de milho, 21% acima das 6,4 milhões de toneladas de 2008. Boa parte desse resultado foi sustentado pelo governo, que apoiou a comercialização de 10,8 milhões de toneladas do cereal em 2009, o equivalente a 22% da produção total (verão e safrinha) do país no ciclo 2008/09. A maior parte desse volume foi negociada em leilões de PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), um instrumento de subsídio ao frete criado para viabilizar o escoamento da produção em áreas com logística mais difícil como o Centro-Oeste. Não por acaso, quase 80% das 4,9 milhões de toneladas apoiadas pelo PEP foram produzidas em Mato Grosso, que abocanhou subsídio governamental para 3,8 milhões de toneladas do grão no ano passado.

Custo - Os leilões de PEP custaram aos cofres públicos pouco mais de R$ 322 milhões, sendo R$ 268 milhões apenas em Mato Grosso. No total, considerando também operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), AGF (Aquisição do Governo Federal) e contratos de opção de venda, o governo desembolsou R$ 1,6 bilhão para apoiar a comercialização do milho em 2009.

Logística e infraestrutura -  "A grande batalha do agronegócio é reverter esse dinheiro gasto em apoio à comercialização em investimento em obras de logística e infraestrutura. Mas enquanto esse dia não chega vamos continuar precisando da ajuda do governo para vender a produção", afirma o superintendente do Imea, Seneri Paludo. Ele avalia que o Brasil só conseguirá cumprir a meta de exportação de milho da Conab, de 8,5 milhões de toneladas, com auxílio governamental.

Leilões - "Os leilões precisam começar logo para que possamos entrar na safrinha com exportações razoáveis", concorda José Ronald Rocha, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Milho (Abimilho). Segundo Silvio Farnese, do Mapa, o início dos leilões de apoio à comercialização depende da aprovação de uma portaria interministerial que deve sair nos próximos dias. "O balanço de oferta e demanda brasileiro ainda depende do resultado da safrinha, que não começou a ser colhida. Mas já dá para dizer que precisamos exportar no mínimo 10 milhões de toneladas para desafogar esse mercado", considera o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), João Carlos Werlang. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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