Uma missão formada por representantes de empresas estatais chinesas da Província de Sichuan, foi recebida na manhã desta quinta-feira (10/09), pelo superintendente adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa e pelo presidente do Coonagro (Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário), Frans Borg, na sede da Ocepar, em Curitiba. A comitiva estava acompanhada por Alex Hammoud da Unisoft, empresa paraguaia que trouxe os chineses até o Paraná, pelo Secretário Especial de governo, Luis Guilherme Gomes Mussi e pelo assessor técnico do Ministério da Agricultura, Ali Aldersi Saab.

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Investimentos - Segundo Juan Carlos Lin, integrante da comissão chinesa, a proposta dos grupos representa um investimento de aproximadamente US$ 350 milhões com a construção de uma indústria de fertilizantes no Paraná, com período de construção de dois a três anos. Ainda de acordo com ele, a pretensão é que a fábrica tenha capacidade de produção de 200 mil toneladas de amoníaco e 300 mil toneladas de ureia por ano e fertilizantes após a obtenção destes produtos e que 85% destes investimentos seriam "bancados" pelo governo chinês.

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Cooperativas - Para o secretário Especial do governo do Paraná, Luis Mussi, o contato da missão com as cooperativas é muito importante para que eles possam conhecer o potencial do setor no agronegócio e suas demandas por fertilizantes. Mussi lembrou que na terça-feira o grupo esteve com o governador Roberto Requião que deu total apoio a esta iniciativa chinesa e também se reuniram com a diretoria do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). "Da demanda brasileira, que é de 22 milhões de toneladas ao ano, somente o Paraná consome cerca de 4 milhões de toneladas de fertilizantes e com a instalação de uma fábrica aqui, seria um fator de diminuição dos custos de produção dos nossos agricultores e das cooperativas. No contato com o BRDE se estuda a possibilidade de uma linha de financiamento para que esta indústria aqui se instale", lembrou. Mussi disse que três municípios estão interessados em receber essa indústria chinesa e que o grupo faria a partir de hoje visitas a esses locais: Palmeira, Campo Largo e Castro.

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Potência exportadora - De acordo com o assessor técnico do Ministério da Agricultura, Ali Aldersi Saab, a instalação da empresa é fundamental para o projeto federal de tornar o Brasil uma potência agrícola exportadora. "Não podemos continuar importando 70%, em média, de todos os fertilizantes usados hoje", frisou. Saab destacou que a perspectiva para os próximos 20 anos é de forte aumento no consumo de nitrogênio - hoje, a demanda é de 4 milhões de toneladas. "A cana e o milho são produtos que precisam muito de nitrogênio. No caso do frango, a previsão é que, em 10 anos, o Brasil seja o maior exportador, atendendo a 80% da demanda mundial", disse. O Paraná é o maior exportador de frango do País. "Para a produção do frango é essencial o milho; para o milho, o nitrogênio. Então, a instalação da empresa é estratégica", disse Ali Aldersi Saab.

 

Empresa do futuro - Ali Saab destacou que as cooperativas são importantes parceiras em projetos como esses e a vinda da comitiva até a Ocepar demonstra este interesse. "Vejo que o Paraná pode ficar numa boa situação, sem necessitar importar o produto. Evidentemente que precisamos mais do que uma fábrica, precisamos de várias plantas industrias para que possamos atingir a autossufiência", disse. O assessor do Mapa lembrou que a própria constituição do Coonagro no Paraná é uma alternativa para se chegar a esta independência do produto importado. "O Coonagro foi uma criação inteligente por parte das cooperativas e seguiu uma recomendação do Ministério da Agricultura, um tipo de empresa do futuro e que ajudará nesta questão dos fertilizantes", frisou.