OFERTA: Indústrias tendem a importar mais trigo

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As indústrias brasileiras de trigo deverão importar mais cereal nesta próxima safra por conta da quebra da colheita no Sul do país. A colheita de trigo que se inicia a partir do próximo mês está estimada em 3,4 milhões de toneladas, com queda de 30% sobre o ano anterior, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). "Os produtores tiveram problemas com estiagem, o que afetou diretamente a produção do Sul do país", disse Élcio Bento, analista da Safras&Mercado. Na safra passada, o Brasil importou 6,5 milhões de toneladas de trigo. O país consome cerca de 10 milhões de toneladas anuais. Para este ciclo, o mercado prevê que as importações superiores a 7 milhões de toneladas. A Argentina, normalmente o principal fornecedor, já anunciou a redução das exportações em função da queda da produção da safra passada e da estimativa de queda também para a safra que será plantada agora, de 16 para cerca de 14 milhões de toneladas.

Cotação - No mercado interno, os preços do trigo mantêm-se estáveis, em plena entressafra, com a cotação média, no Paraná, de R$ 19,77, segundo o Deral. Desde o dia 25 de abril, o governo federal realizado leilões para ofertar o cereal. Neste período, já foram colocadas no mercado cerca de 800 mil toneladas de um total de 1,1 milhão de toneladas que estavam nas mãos do governo. No mercado internacional, contudo, as cotações do cereal estão em alta, por conta do clima adverso nas regiões produtoras de trigo dos EUA. Na bolsa de Kansas, onde são negociados os "hard wheat" (trigo de melhor qualidade), os preços futuros fecharam ontem a US$ 5,175 o bushel, acumulando alta de 47,3% em 12 meses. Em Chicago, onde são negociados os "soft wheat" (trigo de qualidade inferior), as cotações fecharam ontem a US$ 4,245 o bushel, valorização de 21,9% em 12 meses. "A produção mundial está em queda nos últimos anos", disse Bento. Nos EUA, por conta dos problemas climáticos, a produção deverá cair 14,2%, para 49,14 milhões de toneladas, segundo o último relatório do USDA. (Valor Econômico)

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