Os desafios para o setor da fruticultura
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Tanto a comunidade como a economia dos agronegócios frutícolas têm sofrido uma transformação sem precedentes nos últimos anos. Passou-se de um direcionamento basicamente voltado ao mercado interno para um modelo agroexportador por excelência. As provas da eficácia da fruticultura brasileira na busca de acesso ao mercado internacional são constatadas pelo aumento considerável das exportações nacionais de frutas frescas. No período de 1998 a 2004, houve um crescimento de 208% em volume no embarque de frutas para o mercado internacional. Em 2004, as exportações de frutas frescas atingiram o patamar de 848 mil toneladas, resultando em US$ 370 milhões.Mas isto não veio por acaso. Esse é o resultado da soma de vários facilitadores, dos quais destacam-se a integração crescente entre os agentes de mercado privados e órgãos governamentais; o aporte financeiro e tecnológico do empresário brasileiro e o desenvolvimento e o plantio de variedades mais adequadas ao hábito de consumo do europeu.
Barreiras sanitárias - Outro fator importante é o apoio institucional e financeiro do governo brasileiro por meio da Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX-Brasil), e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para a promoção das frutas brasileiras no exterior. Contudo, apesar das potencialidades da fruta brasileira no mercado internacional, estamos sujeitos às barreiras administrativas, técnicas e fitossanitárias. Os mercados que mais apresentam medidas protecionistas são os Estados Unidos, o Japão e a União Européia. As barreiras sanitárias impostas pelos Estados Unidos vedam a importação da maioria das frutas brasileiras. Para aquelas que conseguem permissão de entrada, vigora a obrigatoriedade da obtenção de licença prévia pelos importadores. Algumas frutas importantes estão vedadas como as cítricas. Outras, como manga, uva de mesa e mamão, necessitam de comprovações especiais ou de tratamento quarentenário.
Rigor - Um mercado bastante importante é o japonês, ao qual o Brasil ainda não tem acesso, pois as normas e regulamentos são bastante rigorosos. Somente com a comprovação irrestrita de que temos uma segurança quanto à ausência de pragas quarentenárias e padronização da qualidade o Brasil terá, chance neste importante mercado. A Comunidade Européia dispõe de regulamentação que autoriza determinadas condições aos países-membros a aplicarem tarifas de importação suplementares no setor de frutas. A União Européia também possui mecanismos para fixação de um preço de entrada, tornando por base o preço CIF, que, normalmente, é aplicado para frutas produzidas no continente. Também enfrentamos restrições dos países do Sudeste Asiático, como China, Coréia do Sul, Malásia, Indonésia, entre outros. Mas, para estes já estão sendo realizados esforços do nosso governo através do MAPA, com negociações bastante adiantadas para que as portas se abram para as frutas do Brasil. (Gazeta Mercantil).