PAP 2011/12 IV: Medidas não atendem as expectativas de paranaenses

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Apesar de ter sido anunciado como revolucionário pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2013 frustrou algumas expectativas no Paraná. Para Flávio Turra, gerente Técnico e Econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), o plano ''não anima o produtor'', apesar de trazer alguns avanços, como a maior oferta de crédito ao médio produtor.

Poucas novidades -  ''Mas não se trata de um plano forte em termos de novidades'', avalia. Segundo ele, a expectativa era maior. ''Esperava-se um fortalecimento do FGI (Fundo Garantidor de Investimento), por exemplo. Mas não veio'', afirma. ''O Fundo de Catástrofe também não foi operacionalizado'', ressalta. No entanto, Turra considera positivo o aumento dos limites de financiamento para a bovinocultura e a produção de cana.

 

Recursos - O economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, lembra que o setor reivindicava recursos na ordem de R$ 120 bilhões e só foram anunciados R$ 107 bilhões. Segundo ele, o governo também frustra expectativas ao não propor avanços quanto à política para seguros da safra. A União, recorda o economista, vinha financiando parte dos seguros dos produtores desde 2005. ''Mas, em outubro do ano passado, deixaram de fazer os repasses às seguradoras.'' A situação, de acordo com ele, só foi resolvida há pouco tempo com o pagamento de seis meses atrasados. ''Isso causa instabilidade no setor. Esperava-se agora uma posição mais clara do governo a esse respeito.''

 

Desburocratização - Outra expectativa que não teria sido cumprida, segundo ele, é o anúncio de medidas para desburocratizar o acesso ao crédito para os produtores. Para Loyola, o governo precisa estabelecer, o quanto antes, os planos plurianuais (PPAs) de cinco anos. ''Os produtores querem regras claras a longo prazo''.

 

Preços mínimos - Otmar Hubner, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), é mais otimista. Ele comemora boas notícias como o aumento dos preços mínimos do leite - de R$ 0,54 para R$ 0,58 o litro - e o da mandioca - de R$ 110 para R$ 143 a tonelada, ressaltando que o Estado é o maior produtor do tubérculo.

 

Citricultura - ''Não temos uma citricultura expressiva, mas os incentivos ao setor podem animar investimentos, principalmente na região Noroeste do Estado'', afirma. Segundo ele, a expansão do financiamento para a bovinocultura vai ajudar a promover um melhoramento genético no rebanho paranaense. Hubner lamenta a redução do preço mínimo do feijão de R$ 80 para R$ 72 a saca, já que o Paraná é o maior produtor da leguminosa. Mas afirma que o plano, ''de forma geral'', é positivo. ''O governo federal tem dado bastante atenção ao setor nos últimos anos.'' (Folha de Londrina)

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