Para Conab, safra atual é a maior da história

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A safra brasileira de cana-de-açúcar recorde anunciada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se mostrou insuficiente para um consumo igualmente recorde, segundo o consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado. Para a Conab, a produção nacional de cana-de-açúcar em 2005/06 foi de 436,8 milhões de toneladas, a maior da história. Como a Conab não tem base de comparação, porque começou a pesquisar a cultura apenas na safra atual, a empresa subordinada ao Ministério da Agricultura, comparou o volume apurado ao divulgado pelo IBGE na safra passada, que foi de 415,5 milhões de toneladas. Com isso, a produção deste ano foi 5,1% maior que a safra 2004/05, conclui a Conab.

Levantamento - Para a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), o levantamento de safra está superestimado. O prognóstico da Unica leva em conta apenas a cana-de-açúcar destinada à produção de açúcar e de álcool combustível na região Centro-Sul, enquanto que a Conab considera toda a produção nacional, indistintamente, inclusive a parcela destinada à cachaça, produção de rapadura, ração animal e de sementes para plantio. Se considerar apenas a parcela destinada a combustível e açúcar no Centro-Sul, a previsão oficial para a produção da safra atual é de 345 milhões toneladas, enquanto que para a Unica deverá ficar entre 336 milhões e 340 milhões de toneladas. A estimativa final da Unica deverá ser divulgada em meados do mês, informa a entidade.

Produção - De acordo com o levantamento da Conab, o Centro-Sul foi responsável por 85,7% da produção no País. Apenas o estado de São Paulo produziu 265,5 milhões de toneladas, ou 60,8% da produção nacional, em uma área de 3,1 milhões de hectares. Já o Norte e o Nordeste contribuíram com 14,3% da produção total. O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explicou que a produção de cana na região Centro-Sul sofreu uma quebra de 4,5% na safra atual, em relação à estimativa inicial, fruto de uma estiagem que foi mais acentuada nos primeiros meses do ano passado, mas que se manteve de forma moderada ao longo do ano. As maiores perdas de produtividade ocorreram nas lavouras do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que chegaram a 20%. Mesmo assim, a produção foi maior que na temporada anterior porque houve um aumento de área plantada da ordem de 5%.Para Barabach, a queda da produtividade e a alta dos preços tem, ao menos, um efeito positivo: os lucros estimulam os investimentos e o crescimento da oferta a médio prazo. (Gazeta Mercantil)

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