PLANO SAFRA III: Kireeff defende equilíbrio nas discussões ambientais
- Artigos em destaque na home: Nenhum
A discussão ambiental não ficou de fora do lançamento do Plano Safra 2009/2010, realizado na segunda-feira (22/06), em Londrina. Em seu discurso, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Kireeff, lembrou que em dezembro muitos produtores serão considerados legalmente criminosos, o que não é justo. "Reivindicamos aprimoramentos em nossa legislação ambiental, é exatamente isso que fazemos e nada além disso, não havendo nenhuma expectativa de se ampliar a tolerância ao desmatamento", disse.
Diferenciação - O presidente da SRP disse que os produtores do Paraná compreenderam bem a recente declaração do presidente Lula veiculada na imprensa de que "quem desmatou não pode ser chamado de bandido". "Entendemos perfeitamente o contexto de suas declarações, distinguindo aquele produtor que legalmente enfrentou o desafio de expandir a fronteira agrícola brasileira, do devastador ilegal. Neste recinto, tenho certeza absoluta de que a grande maioria destes produtores jamais desmatou um palmo sequer de nossas florestas. Pelo contrário, esses produtores tem passado suas vidas levantando curvas de nível, praticando a tríplice lavagem de embalagens, a adubação verde, a rotação de cultura, a integração lavoura e pecuária e incorporado técnicas como a do plantio direto. Mesmo assim, se nada for feito, à partir do dia 11 de Dezembro deste ano, muitos destes produtores serão considerados legalmente criminosos", afirmou.
Celeiro - Alexandre Kireeff lembrou ainda que os produtores brasileiros transformaram o país no grande celeiro mundial, produzindo não apenas alimento, mas também riquezas, emprego e sustentação econômica ao País. "Temos certeza de que somos capazes também de produzirmos até mesmo preservação, bastando para isso que tal prática seja, além de ambiental, também economicamente sustentável", disse. Para se isso seja possível, Kireef defendeu a busca de equilíbrio nas discussões ambientais. "Precisamos neste momento, da harmonização presidencial em um debate onde os argumentos já se esgotaram para que possamos, como nação preservarmos nossa produção e iniciarmos um novo período de produção de preservação, com apoio a quem produz, com incentivo a quem preserva".
Código florestal - Em seu discurso, o presidente Lula se mostrou sensível ao pedido dos produtores rurais, quanto a revisão do código florestal. Ele defendeu que a transformação de 20% das propriedades em reserva legal deve ser revista. E ainda defendeu a remuneração para preservação das propriedades rurais, e repetiu o discurso feito na semana passada. ''Não se pode chamar de bandidos agricultores que na década de 70 desmataram. Nos também temos que olhar em função da realidade de cada região desse país, você não pode pegar um estado que tem agricultura pronta que desmatou na década de 30 a 60, e dizer: Agora acaba com tudo, vamos replantar tudo que tinha antes para a gente recomeçar de novo. Assim não vale", afirmou. Lula negou que a produção agropecuária provoque desmatamento na Amazônia e disse ainda que existe muita pressão internacional "Não venham meter o dedo sujo de combustível fóssil no nosso combustível limpo" - enfatizou o presidente em referência ao biocombustível.