Pó de rocha pode ser nova fonte de potássio para agricultura
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Um projeto inédito coordenado pela Embrapa, em parceria com mais quatro instituições, busca uma alternativas para a obtenção de potássio, através de rochas brasileiras, que moídas, liberam potássio no solo, como fonte de nutriente para as plantas. Atualmente, o Brasil importa cerca 90% do potássio que utiliza como nutriente para agricultura. A pesquisa será feita nas regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. De acordo com o coordenador do projeto, Éder de Souza Martins, pesquisador da Embrapa, serão estudados os minerais biotita e flogopita, que são fontes de potássio no solo quando moídos em grãos finos. – Nas duas primeiras etapas da pesquisa, já descobrimos que essas rochas têm potencial de uso agrícola. Agora, precisamos fazer testes em casas de vegetação e campos experimentais – explica Martins.
Análise - A idéia é observar como as rochas se adaptam a cada região, além de buscar novas áreas de ocorrência. O pesquisador destaca que um aspecto importante é que parte das rochas estudadas são rejeitos de garimpos de pedras preciosas, o que também soluciona, em parte, um problema ambiental. Além disso, o beneficiamento é físico, já que essas rochas serão moídas e seu pó incorporadas ao solo, para liberação de potássio. Não há processamento químico para a retirada do nutriente. Trata-se da mesma tecnologia utilizada na produção do calcário agrícola.
Inviabilidade - Como a concentração de potássio nessas rochas varia de 2% a 6%, o transporte entre longas distâncias inviabiliza sua utilização do ponto de vista econômico. Daí a necessidade de um estudo em rede, em toda a área nacional onde há incidência desses minérios, para que o transporte seja local ou regional, de baixo custo.O projeto, que terá duração de três anos, será financiado por fundos setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia, além de recursos da Embrapa. (Embrapa)