POLÍTICA AGRÍCOLA: As variáveis do Plano Safra 2009/10

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Dentro de um mês, o Ministério da Agricultura (Mapa) deve apresentar o Plano Agrícola e Pecuário 2009/10 (PAP). A maior expectativa, como sempre, está em relação ao valor a ser disponibilizado. As especulações e cobranças, inclusive por parte do governo, vão de R$ 90 a R$ 150 bilhões. No ano passado, foram R$ 78 bilhões. Na época o agronegócio vinha de um ciclo de alta, de produção, mercado e preço e a pressão sobre a política agrícola oficial parecia ser menor.

Seca - Neste ano, porém, o prejuízo com a seca na safra de verão, que atingiu boa parte do Sul do país, serviu de argumento para o setor produtivo. Conforme levantamento da Expedição Safra, somente no Paraná, a quebra foi de 5,2 milhões de toneladas de soja e milho. Uma perda monetária acima de R$ 2,5 bilhões. O recuo da produção de grãos no estado ficou perto de 20%. Na safrinha de milho, que está em desenvolvimento, nova quebra no Paraná, projetada em 10%.

Frustrações recentes - O diagnóstico dos técnicos do Mapa para a elaboração do plano contempla as frustrações recentes. Mas os preços em alta, a redução no custo dos fertilizantes e o mercado mundial crescendo também têm peso importante. Para o secretário de Política Agrícola do Mapa, Edilson Guimarães, é preciso compor um pacote que considere os cenários interno e externo, prejudicados ora pela seca ora pela crise financeira mundial. Mas também é preciso colocar na balança as oportunidades abertas pela nova conjuntura, destaca.

Insuficiente - Para uma platéia de mil pessoas, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2009 e 2010, Guimarães admitiu que o aporte de recursos pelo governo é insuficiente. Ele entende, porém, que aos poucos essa relação vem sendo equacionada, principalmente com a operacionalização de outros instrumentos, como o seguro rural. Destacou que nos últimos três anos a área segurada saltou de 2,2 milhões para mais de 10 milhões de hectares no Brasil. O valor dos financiamentos cobertos foi de R$ 2,7 a 11 bilhões no período.

R$ 150 bilhões - No evento, Carlos Lovatelli, presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), lembrou que o agronegócio brasileiro vai precisar de R$ 150 bilhões para financiar a próxima safra agrícola, conforme projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Logo em seguida, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que não discorda dos dados da Abag, mas previu "dificuldades para chegar a esse número". Stephanes explicou que o valor é importante, mas que ele está preocupado em fazer com que o dinheiro liberado chegue, efetivamente, ao tomador final. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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