PORTO DE PARANAGUÁ: Sem dragagem, Canal da Galheta eleva custo portuário

Desde junho do ano passado não é feita a dragagem do Canal da Galheta, que dá acesso aos berços de atracação. Sem isso, a areia começa a se depositar no fundo do canal, reduzindo sua profundidade. O problema ainda não é crítico – as embarcações de grande porte, de 50 mil a 60 mil toneladas, continuam atracando normalmente. Em breve, porém, eles poderão ter seu acesso impedido. Com isso, Paranaguá perderá espaço no mercado, passando a receber somente barcos de menor porte. De qualquer forma, o assoreamento do canal já impõe limitações à navegação. O trajeto do canal, antes reto, agora tem curvas. Segundo Laís Sávio, gerente executiva do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Paraná (Sindapar), isso provocou um aumento nos custos de frete e também nos preços cobrados pelas seguradoras. “Para um navio sair do porto, hoje, o mar tem de atender a várias condições. Muitos barcos ficam parados e o custo disso pode chegar a US$ 40 mil por dia.

Situação pode se agravar - A situação deve piorar nos meses de inverno, quando o mar fica mais violento”, informa Laís. O problema ocorre porque contrato com a empresa responsável pela dragagem venceu em setembro do ano passado. O governo do Paraná tentou fazer uma licitação em março deste ano, mas não encontrou pretendentes. O fracasso do processo foi atribuído pelo governador Roberto Requião a uma estratégia das empresas do setor para forçar um reajuste no valor do contrato. A administração do porto estuda a possibilidade de ter um serviço próprio de dragagem, mas qualquer que seja a solução (própria ou terceirizada), ela depende da aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima). O estudo estava sob avaliação do Ibama, mas a greve dos técnicos do órgão fez com que o Estado passasse a batuta para o órgão ambiental estadual, o IAP. “A análise da documentação será concluída nesta semana”, garante o presidente do IAP, Rasca Rodrigues. (Revista Amanhã)