PÓS-COLHEITA: Mais de mil pessoas participam do simpósio da Agrária
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Mais de mil pessoas participam do 3o Simpósio Paranaense de Pós-Colheita e do Segundo Simpósio Internacional de Grãos Armazenado promovido pela Cooperativa Agrária e a Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapós) com a apoio do Sistema Ocepar/Sescoop-PR, que começou ontem (17/05), no Centro Cultural Mathias Leh, em Entre Rios (Guarapuava/PR). Na abertura do seminário havia 712 inscritos, número que aumentou para mais de mil até a manhã de hoje (18/05). O foco principal do evento foi a questão do mercado, armazenagem e ação do governo na comercialização dos produtos. Essa abordagem foi feita ontem à tarde e repetida na manhã de hoje pelo professor da Universidade Federal do Paraná, Eugênio Stefanello. Ele deixou claro que a crise está concentrada na soja, milho e trigo, provocada por redução de preços, política econômica de juros altos e cambio baixo, além da falta de recursos de orçamento para o governo para dar suporte à prática dos preços mínimos.
Fatores externos – Stefanello mostrou aos participantes do simpósio que fatores externos contribuem para a pratica de preços baixos para os cereais. A rodada da OMC está com pequenos avanços a União Européia e Japão não abrem seus mercados, enquanto os EUA continuam praticando altos subsídios à sua produção agrícola. E a China continua um mercado fechado. “Com isso fica difícil avançar. Os EUA e União Européia subsidiam e distorcem o mercado”, frisou Stefanello. Também a falta de integração da ALCA, “que está praticamente morta”, e do Mercosul com a União Européia, contribui para o não avanço em negociações que poderiam beneficiar especialmente o Brasil e a Argentina. “Em função disso tudo na área internacional, praticamente não há nada a ganhar. Os avanços são muito pequenos e difíceis”, completou. O professor também lamentou que o governo praticamente não tem recursos, “deixando uma margem de manobra muito pequena” para apoio aos produtores.
Avanços tecnológicos – Stefanello elogiou os avanços nas tecnologias de conservação dos alimentos na pós-colheita (armazenagem), onde há algumas dezenas de empresas atuando. Considerou muito positiva a troca de experiências realizada no simpósio e apenas lamentou que produtores e empresas que armazenam sua produção tenham seus investimentos limitados pela crise agrícola. “O simpósio superou todas as expectativas”, comentou Stefanello.